16 anos da lei seca: Operações integradas de trânsito flagram cerca de 250 embriagados no trânsito em 2024



Uma combinação perigosa que pode causar sinistros graves e até mortes no trânsito. Já é de conhecimento de todos que bebida alcoólica combinada à direção pode ser tão letal quanto uma arma. O clichê do “se beber, não dirija” deve ser seguido à risca para o bem de toda comunidade. 

Neste dia 19 de junho, é marcado pelos 16 anos da Lei Seca no Brasil, uma data que merece reflexão sobre como cada cidadão tem agido no trânsito. 

Desde 2022, a Transitar, em operações conjuntas com a Guarda Municipal e Polícia Militar, passou a intensificar as fiscalizações de embriaguez ao volante, quando o total de autuações passou de 71 em 2021 para 439 em 2022. Já no ano passado, foram 670 autuações por embriaguez ao volante, um aumento de 52% em relação a 2022.  

Somente neste ano, até a primeira quinzena de junho de 2024 já foram flagrados 244 embriagados nas vias. Embora o número seja alto, é 21% menor que no mesmo período de 2023, quando foram 311 autuações, apesar da multa ser gravíssima vezes 10, no valor de R$ 2934,70 e suspensão da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) por 12 meses, o mais importante é alertar para o risco que se assume ao dirigir embriagado. 

Segundo a presidente da Transitar, Simoni Soares, a diferença está no período de fiscalização da Operação Carnaval, que em 2024 apresentou uma queda significativa em relação ao ano anterior, no entanto, nas blitze de lei seca, não há essa mesma redução. “O que percebemos é que a queda foi no índice de enquadramento em crime, que mantinha uma média de 44% das constatações, e hoje representa, em média, 30% dos flagrantes”, pontua. 

No trânsito cascavelense, ainda há situações locais muito específicas, como é o caso de áreas de manobras perigosas. Ainda, no caso de embriaguez, outro ponto chama a atenção: quando a autarquia realiza a operação “Fecha Balada”, que acontece durante a madrugada, os condutores notificados estão em deslocamento para suas residências, saindo das casas noturnas na região central ou em deslocamento de uma região para outra.

Ao contrário do que muitos pensam, uma blitz no Centro não aborda somente moradores da região central. A exemplo da última operação realizada no último sábado (15) para domingo (16), na Avenida Brasil x Rua Pio XII, dos 31 condutores embriagados abordados, somente 2 residiam na região central, os demais eram moradores das regiões Sul, Oeste, Norte e quatro eram de outras cidades, sendo que pelo menos um destes iria pegar a rodovia. “Por isso, quando não temos capacidade operacional de realizar operações em vários pontos das regiões dos bairros, fazemos blitze em pontos estratégicos, que abrange vários bairros”, explica a presidente da Transitar, Simoni Soares. 

Dados estatísticos da última operação Lei Seca:

- 55 abordagens, destes, 31 estavam embriagados e 17 foram detidos em crime;

Dos 31 embriagados: 

- 6 não tinham habilitação e destes, 4 foram enquadrados em crime; 

- 87% eram homens;

- 35% tinham entre 18 e 29 anos, mas somente 11% enquadrou em crime;

- 42% tinham entre 30 e 39 anos, com 64% enquadrados em crime;

- 23% tinham entre 40 e 49 anos, com 67% enquadrados em crime de embriaguez ao volante.

PERFIL

Os dados mostram ainda que os mais jovens consomem bebida e dirigem, mas em menor quantidade do que os adultos acima dos 30 anos.   

A maioria são do sexo masculino, e, apesar de maior de idade, muitos nunca fizeram a Carteira Nacional de Habilitação ou estão com a CNH suspensa ou cassada, em decorrência de excesso de multas, infrações de maior gravidade que geralmente suspensão direta ou praticaram crimes de trânsito.

ALERTA 

A Transitar alerta ainda para o fato de que os números de óbitos e sinistros envolvendo condutores alcoolizados são subestimados, visto que não é feito teste de alcoolemia quando o condutor vem a óbito ou é encaminhado para atendimento hospitalar. Porém, estima-se que muitos desses sinistros são resultado da combinação de bebida e direção, pela própria característica, por informações do consumo quando da ocorrência do sinistro ou mesmo por observação das equipes de atendimento das vítimas. 

Os meses quentes e de festas são os de maior número de ocorrências desses flagrantes. A exemplo, os meses de novembro e dezembro de 2023 que, com a intensificação dessa fiscalização, houve uma redução de 50% dos óbitos em relação ao ano anterior. 

Sinistros inexplicáveis, como bater em veículo estacionado, subir em canteiros/calçadas/imóveis, ou mesmo a fuga de um sinistro, geralmente leva a suposição de ser em razão do consumo de bebidas alcoólicas. 

Outro ponto é que cerca de 100% dos casos de abordagens de rachas, manobras perigosas e fuga das blitze, o condutor está embriagado.

"O que é mais preocupante, é que esses números são apenas uma amostra da imprudência dos condutores que assumem o risco adotando essa conduta, e só teremos uma mudança efetiva se houver conscientização", ressalta Simoni.

Postagem Anterior Próxima Postagem