A segunda fase da Operação Carga Fria, deflagrada nesta quarta-feira (19), mobilizou forças policiais em Cascavel e outras cidades para desmantelar uma organização criminosa que operava no tráfico de drogas em diversos estados brasileiros.
A ação resultou na prisão de 10 pessoas e na apreensão de 10 carros e um caminhão utilizado para transportar drogas. Apenas um dos alvos ainda não foi localizado, encontrando-se possivelmente escondido no Paraguai.
Durante coletiva de imprensa, a delegada da Polícia Civil, Franciela Alberton, revelou detalhes da operação que teve início em agosto de 2023. Na primeira fase, foram identificados os métodos da organização para adquirir e transportar drogas.
A quadrilha comprava entorpecentes em áreas próximas ao Lago de Itaipu e os armazenava em chácaras nas cidades de Cascavel e Toledo.
Posteriormente, as drogas eram escondidas em fundos falsos de caminhões frigoríficos e enviadas para o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
A organização criminosa utilizava caminhões próprios e oferecia serviços de transporte para cooperativas e outras empresas, sem o conhecimento dessas sobre a atividade ilícita. A prisão do líder do grupo em Balneário Camboriú, em 2023, gerou um desequilíbrio interno, levando a disputas violentas pelo controle da organização.
Um exemplo foi o recente tiroteio em Marechal Cândido Rondon, onde um Policial Civil afastado, envolvido com a quadrilha, foi baleado.
Nilmar Manfrin, delegado do Gaeco, destacou a sofisticação financeira da organização, que contava com milhares de contas bancárias em nomes de "laranjas".
A operação prendeu um jornalista do Rio de Janeiro, suspeito de gerenciar as finanças do grupo, que resistiu à prisão e acabou envolvido em confronto com a polícia. Foram apreendidas duas malas cheias de dinheiro e três carros de luxo.
O promotor do Ministério Público, Sandres Sponholz, afirmou que a operação é uma das mais exitosas realizadas até o momento.
Segundo ele, os resultados de hoje permitirão detalhar o modus operandi de cada envolvido, possibilitando denúncias mais precisas e aumentando as chances de condenação dos criminosos.
Os envolvidos poderão responder por organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, homicídio e outros crimes correlacionados.