Reconhecido escultor Dirceu Rosa celebra Cascavel com exposição inédita de 74 obras




O artista plástico e escultor Dirceu Rosa, um dos nomes mais emblemáticos da arte em Cascavel, abre no próxima quarta-feira (26), às 20h, no Teatro Municipal Sefrin Filho, uma exposição especial em comemoração aos 74 anos da cidade e aos seus próprios 57 anos de carreira. A mostra, que te o apoio da Secretaria de Cultura, reúne 74 obras inéditas, concebidas especialmente para a data, reafirmando a força criativa e a relevância histórica do artista no cenário cultural paranaense.

Dirceu Rosa é uma figura inseparável da identidade visual de Cascavel. Suas obras, reconhecidas pela expressividade das mãos e pela simbologia espiritual que atravessa toda sua produção, estão presentes em mais de 300 cidades brasileiras, incluindo templos religiosos que exibem algumas de suas esculturas sacras mais emblemáticas. Seus trabalhos também cruzaram fronteiras, alcançando outros países e consolidando um legado internacional.

Nascido em Apucarana, filho de agricultores, Dirceu encontrou na arte, primeiro na pintura, depois na escultura, um caminho de expressão que se tornaria sua marca. Desde os anos 1970, o artista trabalha com madeira, barro, concreto, fibra, alumínio e bronze, sempre privilegiando o toque manual e a força física, elementos que considera essenciais para dar vida às formas que imagina. Ao longo da trajetória, já produziu mais de 3 mil peças, incluindo obras monumentais que se tornaram cartões-postais de Cascavel, como a imagem de Nossa Senhora Aparecida em frente à Catedral, apoiada por duas mãos gigantes, e o icônico “Dedão”, no calçadão.

Jardim

Além de seu vasto acervo distribuído pelo país, Dirceu mantém em Cascavel um verdadeiro museu a céu aberto. No canteiro central da Avenida Brasil, em frente ao número 2545, estão expostas 12 esculturas permanentes, integradas ao ambiente urbano e pensadas para dialogar com o cotidiano da cidade. A chamada “Jardim das Esculturas” reforça o papel do artista como um dos pilares do turismo cultural local.

A casa-ateliê do artista, também em Cascavel, funciona como ponto turístico: muros, portas, janelas e móveis exibem entalhes de mãos, símbolo maior de sua obra, transformando o espaço em uma extensão viva de sua criatividade. O local é aberto à visitação e atrai moradores, estudantes e visitantes curiosos sobre seu processo criativo.

Dirceu Rosa vive a arte de maneira integral. Começa o dia cedo, dedicando-se à escultura com disciplina quase ritualística. Em obras de grande escala, como a imagem de Onze metros que está em produção, utiliza estruturas de isopor revestidas por fibra de vidro, combinando técnica, força e sensibilidade. Sua família participa ativamente desse universo: a esposa, Maria Emília, colabora com registros fotográficos; um dos filhos, Ivan, segue os passos do pai no mundo da escultura.

Com estilo singular, profundamente simbólico e conectado à espiritualidade, à natureza e à simplicidade da vida no Oeste do Paraná, Dirceu Rosa tornou-se um ícone cultural da região. A nova exposição reafirma sua importância e celebra uma trajetória que se confunde com a própria história de Cascavel. 

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