Oeste quer concorrência no leilão do lote 5 para garantir equiparação de preços de pedágio


 O novo modelo de pedágio do Paraná foi um dos principais temas debatidos durante a reunião do Conselho de Administração do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), realizada na tarde de quinta-feira (23) na sede da Acifi, em Foz do Iguaçu. O encontro reuniu empresários, líderes do setor produtivo e representantes de entidades regionais, que chegaram a um consenso: é essencial haver concorrência no leilão do Lote 5, marcado para o dia 30 de outubro, a fim de equilibrar as tarifas cobradas nas rodovias que cortam o Oeste com as praticadas em outras regiões do Estado.


Para aprofundar a discussão sobre o processo de concessões e os leilões rodoviários, o POD convidou o suplente de deputado e ex-auditor do Tribunal de Contas do Paraná, Homero Marchese. Durante sua explanação, ele fez um resgate histórico do Anel de Integração Rodoviário, iniciado em 1997, que abrangia 2,4 mil quilômetros, e relembrou o movimento que resultou na não renovação dos contratos anteriores. Marchese também analisou as novas concessões, iniciadas em 2023, e o primeiro leilão, realizado em 2024.


Atualmente, o projeto contempla 3,3 mil quilômetros de rodovias distribuídas em seis lotes, com contratos de concessão válidos por 30 anos. A organização e execução dos leilões são de responsabilidade do governo federal. Até agora, houve descontos significativos nos lotes 1, 3 e 4, mas nenhuma disputa nos lotes 2 e 6, o que manteve os valores iniciais das tarifas. A preocupação do setor produtivo é que o mesmo cenário se repita no Lote 5, resultando novamente em pedágios mais caros no Oeste do Paraná.


“Precisamos pensar em alternativas e, unidos, evitar esse impacto na competitividade dos nossos produtos e da economia regional”, destacou o presidente do POD, Alci Rotta Júnior.


Justiça tarifária


Homero Marchese reforçou a importância de justiça na média dos preços de pedágio entre as diferentes regiões do Estado. Segundo ele, o valor das tarifas influencia diretamente o custo da produção e pode se tornar uma grande desvantagem competitiva para regiões com pedágios mais caros.


“Para evitar isso, há duas soluções possíveis: garantir concorrência real no leilão e considerar a ‘compra’ de obras pelos governos federal e estadual para reduzir o custo ao usuário”, explicou Marchese.


Ele lembrou que o Lote 6, já leiloado sem desconto, possui o maior valor por quilômetro rodado do Paraná — R$ 0,17 contra a média de R$ 0,11 dos demais lotes —, o que aumenta ainda mais a preocupação com o impacto econômico sobre o Oeste.


O Lote 5


O Lote 5 possui 432,77 quilômetros de extensão e beneficiará 17 municípios paranaenses. Ele abrange trechos das rodovias federais BR-158, BR-163, BR-369 e BR-467, além da rodovia estadual PR-317, conectando as regiões Oeste e Noroeste, incluindo os trechos entre Maringá e Cascavel e de Cascavel até Guaíra, na fronteira com o Mato Grosso do Sul.

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