As declarações de óbito referentes aos corpos dos quatro homens que foram assassinatos depois de cobrar uma dívida em Icaraíma, no noroeste do Paraná, afirma que as vítimas tiveram politraumatismo, traumatismo craniano e ferimentos por arma de fogo. As vítimas ficaram 44 dias desaparecidas até os corpos serem encontrados na zona rural da cidade.
De acordo com o delegado Thiago Andrade, responsável pela investigação do caso, essas declarações são dadas aos familiares para os trâmites de liberação e sepultamento dos corpos, bem como a confecção dos atestados de óbito. Segundo ele, esses documentos não fazem parte do processo criminal e não possuem validade na investigação, que ainda aguarda pelos laudos necroscópicos realizados pela Polícia Científica.
Os corpos de Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza foram encontrados no dia 18 de setembro enterrados em uma área de mata. Os cadáveres foram encontrados dias após a polícia localizar o veículo das vítimas enterrado em um bunker.
Os principais suspeitos de assassinar as vítimas são Antonio Buscariollo, de 66 anos, e o filho dele, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22. Ambos estão foragidos. A defesa dos dois nega que eles tenham participação no crime.
O Secretário da Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, confirmou que a Polícia Civil do Paraná apura o envolvimento de outras pessoas no assassinato.
"Considerando as características em que o carro foi localizado, isso requer um esforço, requer utilização de equipamentos, de maquinário, para enterrar um veículo como enterraram. Presumimos que tenha a participação de outras pessoas também", afirmou o secretário em entrevista à RPC.
As investigações sobre o caso estão sob sigilo. O delegado do caso afirma que a polícia tenta entender como foi a dinâmica do crime.
"Esse crime teve uma organização muito complexa, sendo difícil acreditar que tenha sido feito por poucas pessoas. Acreditamos que tem mais envolvidos, mas até agora nada foi confirmado. Possibilidades estão sendo averiguadas, e assim que vão tendo as confirmações, a gente vai traçando a dinâmica dos fatos", disse o delegado Thiago Andrade.
Corpos foram encontrados próximo de local onde carro estava escondido em bunker
Segundo o secretário, os corpos dos homens foram encontrados com marcas de tiros e a 650 metros de onde o carro deles foi achado escondido em um bunker. Os pertences das vítimas – como celular e mochila – foram encontrados enterrados no mesmo lugar em que os corpos estavam.
"A área é arenosa e úmida e os corpos estavam bem preservados, o que deu uma possibilidade de identificação visual de momento", disse o secretário Hudson Leôncio Teixeira.
O secretário confirmou que o local fica dentro de uma área privada. O proprietário, de acordo com Teixeira, não é investigado e esteve em contato com as autoridades.
A picape das vítimas foi encontrada após o pai de uma delas receber uma carta anônima com a localização do carro. Um informante também ajudou nas investigações.
O veículo das vítimas foi encontrado coberto por uma lona dentro de um bunker, com marcas de sangue e tiros.
Durante as buscas pelas vítimas na região, duas munições de calibre 9 milímetros foram encontradas na propriedade vendida por uma das vítimas para os suspeitos, localizada próximo de onde o carro dos desaparecidos foi encontrado.
Defesa dos suspeitos nega o crime
Por meio de nota, o advogado Renan Farah afirmou que os Buscariollo não são responsáveis pelo crime. De acordo com ele, a localização dos corpos das vítimas reforça que não foram eles que assassinaram as vítimas.
"A localização dos corpos, em propriedade de pessoa que não tem qualquer relacionamento com a família Buscariollo, reforça a nossa defesa de negativa de autoria, ou seja, que não tiveram qualquer participação com esses homicídios. E mais, os corpos serão importantes instrumentos para identificação dos verdadeiros culpados pelas mortes", diz a nota.
Via g1