‘Deixa elu em paz!’: esquerda sai em defesa de ‘menina trans’ que usa banheiro feminino em escola de Santa Catarina



 O uso do banheiro feminino por uma estudante trans na Escola de Educação Básica Henrique Fontes, instituição cívico-militar em Tubarão (SC), provocou uma onda de reações dentro e fora da comunidade escolar. O caso foi denunciado por alunas do turno matutino, que relataram desconforto ao compartilharem o espaço com a estudante, que possui nome e registro feminino nos documentos oficiais.

Segundo as alunas, a direção da escola afirmou não haver irregularidade, já que a estudante está legalmente amparada por sua identidade de gênero, com nome social feminino reconhecido em seus registros escolares. A direção confirmou que a estudante já frequentava o turno noturno sem incidentes, e que as queixas surgiram após a mudança para o período da manhã.

A repercussão fez com que parlamentares do Partido Liberal (PL) interviessem no caso. Júlia Zanatta (deputada federal) e Jessé Lopes (deputado estadual) enviaram assessores para visitar a escola e acompanhar a situação. A equipe chegou durante uma reunião da direção com o Núcleo de Política de Educação, Prevenção e Atendimento às Violências na Escola.

Como medida temporária para evitar mais conflitos, foi sugerido que as alunas que se sentirem desconfortáveis passem a utilizar um banheiro alternativo nos fundos da escola, priorizando, assim, o uso do banheiro feminino para a estudante trans.

A solução dividiu opiniões. Parlamentares conservadores trataram o caso como exemplo de “inversão de valores” nas escolas públicas, enquanto movimentos progressistas e organizações estudantis denunciaram suposta transfobia institucional e a exposição indevida da aluna.

A situação ganhou ainda mais repercussão após publicações de páginas regionais e comentários nas redes sociais, que geraram ataques e debates intensos. Internautas se dividiram: uns defenderam que a prioridade deve ser o bem-estar das alunas cisgênero, outros destacaram que a estudante trans tem o direito legal de utilizar o banheiro correspondente à sua identidade de gênero.

Em resposta, o Grêmio Estudantil da escola, com apoio da Unidade Popular de Tubarão, anunciou um protesto em defesa da estudante trans para a manhã de terça-feira (30), em frente à escola. O movimento também pede apoio à deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), reconhecida pela atuação na defesa dos direitos LGBTQIA+.

“É uma garota querendo estudar com dignidade. E agora está sendo perseguida e exposta por políticos e páginas com milhares de seguidores”, afirma o vídeo de convocação que circula nas redes sociais. A gravação pede para que o conteúdo seja compartilhado e marcado nos perfis de autoridades em defesa da causa.


Via Jornal Razão

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