A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná emitiu uma nota de alerta nesta semana sobre o aumento significativo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças menores de 12 anos. O documento, publicado na última quinta-feira (16), chama a atenção para o crescimento de internações e óbitos infantis associados a vírus respiratórios durante o período de sazonalidade — principalmente outono e inverno.
Segundo dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), entre as semanas epidemiológicas 1 a 19 de 2025 (de 29 de dezembro de 2024 a 10 de maio de 2025), foram notificados 3.601 casos de SRAG em crianças menores de 12 anos no Paraná, representando um aumento de 18,5% em comparação ao mesmo período de 2024.
O maior crescimento proporcional ocorreu na faixa etária de 5 a 11 anos, com um aumento de 32,9% nos casos registrados. Já entre crianças de 1 a 4 anos, o número de óbitos subiu 175%, passando de 4 para 11 mortes no mesmo período analisado.
Baixa cobertura vacinal é fator de risco
A SESA alerta para a baixa cobertura vacinal, principalmente entre o público infantil. Em 2024, a vacinação contra a gripe entre os grupos prioritários (gestantes, puérperas, crianças, idosos e indígenas) ficou em apenas 59,01%, muito abaixo da meta de 90%. A situação é ainda mais crítica com relação à vacina da Covid-19 para crianças, com apenas 43,7% de cobertura de D1 e 16,2% de D2 em crianças de 6 meses a 2 anos, e 36,1% (D1) e 17,6% (D2) entre crianças de 3 a 4 anos.
Vírus circulantes e sintomas de alerta
Entre os principais vírus respiratórios em circulação estão: Influenza A e B, Rinovírus, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Adenovírus e o Sars-CoV-2. A SRAG é uma complicação da síndrome gripal e pode evoluir rapidamente, especialmente em crianças e idosos, ou pessoas com comorbidades.
Os sinais de gravidade incluem: dispneia (falta de ar), saturação de oxigênio ≤ 94%, febre persistente, confusão mental e sinais de desidratação.
Medidas de prevenção e recomendação às famílias
A SESA reforça a necessidade de medidas preventivas como:
- Vacinação atualizada contra gripe e Covid-19.
- Higienização frequente das mãos.
- Evitar ambientes fechados e aglomerações.
- Cobertura da boca e nariz ao tossir ou espirrar.
- Isolamento domiciliar em caso de sintomas gripais.
A recomendação é que crianças com sintomas como febre, tosse, dor de garganta, mal-estar ou dificuldade respiratória sejam levadas rapidamente a uma unidade de saúde para avaliação médica.