Paulo Sergio Machado foi condenado a 22 anos e 10 meses de prisão por matar a própria namorada dentro de casa e enviar um áudio às filhas da vítima logo após o crime, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.
Maria da Luz Alípio, de 51 anos, foi morta estrangulada com um lenço no dia 17 de fevereiro de 2024. O corpo dela foi encontrado por uma das filhas, que foi até a residência após receber a mensagem de áudio de Paulo.
"Tua mãe não está mais comigo, mas também vocês não vão ter ela mais. [...] Se ela não fosse minha mulher, ela não ia ser mais de ninguém. Vocês não vão ter a mãe de vocês mais também", disse Paulo em trechos da mensagem.
Paulo foi condenado por homicídio e furto. Os jurados consideraram três qualificadoras para o assassinato: motivo torpe, asfixia e feminicídio.
A defesa dele afirmou que vai recorrer da pena.
Por meio de nota, o advogado Fernando Madureira, que representa a família da vítima, afirmou que os familiares ficaram satisfeito com o resultado do julgamento.
"Embora não acabe com a dor causada pela morte da vítima, ajuda saber que o assassino vai cumprir pena pelo crime que cometeu", diz a nota.
Homem furtou moto da vítima após crime
Após matar Maria Alípio, o homem furtou uma moto dela e a usou para fugir, mas foi encontrado e preso dois dias depois em São Mateus do Sul, cidade que fica a 122 km de Ponta Grossa.
Ele estava preso desde então.
Filha encontrou a mãe morta após receber mensagem do suspeito
Na época, Jennifer Caroline Telinski, uma das filhas da vítima, contou que encontrou a mãe morta após receber a mensagem do suspeito. Ela recebeu o áudio por volta das 18h e, na sequência, foi até a casa da mulher junto com o marido e um amigo da família.
Ao chegar ao local, a residência estava trancada e, por uma fresta na cortina, eles viram Maria da Luz deitada na cama, imóvel.
"Romperam a porta do fundo da residência para poder entrar e localizaram a vítima na cama com um lenço em volta do pescoço, aparentando sinais de óbito", descreve o boletim da ocorrência.
Jennifer também contou que Paulo tinha uma relação conturbada tanto com Maria da Luz, quanto com as filhas da vítima. Os dois se relacionavam havia cerca de um ano e contabilizavam diversos términos.
A filha da vítima afirmou que a família e os amigos tentavam convencer a mãe de que a relação não era saudável.
"Todo mundo estava vendo, só que ele mexeu muito na cabeça dela de forma que ela não conseguia enxergar a situação e estava se submetendo a isso. O conselho [de terminar o namoro] foi dado, mas a gente nunca imaginou que ele pudesse ser capaz de fazer uma atrocidade dessas", explica.
Maria da Luz Alípio era zeladora e deixou quatro filhos, com idades entre 20 e 32 anos na época do crime.
Via g1