
O dólar comercial teve forte valorização nesta sexta-feira (4) e fechou em R$ 5,836, com alta de 3,68%, o maior avanço diário da moeda em pouco mais de dois anos. A alta foi impulsionada pela decisão da China de retaliar o aumento de tarifas imposto pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, o que provocou forte instabilidade nos mercados globais.
Durante a tarde, a cotação chegou a R$ 5,84, aproximando-se do maior valor registrado desde 10 de março, quando o dólar encerrou o dia em R$ 5,85. O cenário também refletiu na bolsa de valores brasileira, que recuou 2,96%, fechando aos 127.256 pontos — o menor patamar desde 14 de maio. Foi a maior queda diária do Ibovespa desde dezembro do ano passado.
Além das tensões comerciais entre China e EUA, outros fatores contribuíram para o dia turbulento nos mercados. A criação de 228 mil empregos nos Estados Unidos em março, acima das expectativas, elevou a possibilidade de o Federal Reserve adiar cortes na taxa de juros. A medida aumenta a atratividade dos títulos norte-americanos e pressiona moedas de países emergentes.
A queda no preço internacional do petróleo também afetou os mercados. O barril do tipo Brent caiu para US$ 64, menor valor desde 2021, alimentando preocupações sobre a redução na demanda por commodities diante de uma possível recessão global.
Países emergentes, que até então vinham sendo poupados das recentes oscilações, foram atingidos pelas incertezas e também registraram fortes perdas nesta sexta-feira.