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Uma pequena cidade nos arredores de Atlanta, capital do estado da Geórgia, está chamando a atenção por uma lei inusitada: em Kennesaw, com cerca de 33 mil habitantes, é obrigatório que os chefes de família possuam armas de fogo e munição. A medida, válida desde os anos 1980, estabelece que “para garantir a segurança e o bem-estar geral da cidade e de seus moradores, todo chefe de família residente nos limites da cidade é obrigado a manter uma arma de fogo, assim como munição”.
Há exceções para pessoas com deficiências físicas ou mentais e condenados por crimes. A lei foi criada em resposta à proibição do uso de armas na cidade de Morton Grove, em Illinois, uma medida que já foi revogada.
Os defensores da lei apontam que os índices de assaltos a residências caíram significativamente após sua implementação: antes da promulgação, eram 55 registros por ano; no ano seguinte, caíram para 26 e, em 1985, apenas 11. No último ano, a cidade não registrou homicídios, embora isso já fosse uma característica local desde a década de 1980.
No entanto, a polêmica em torno das armas nos Estados Unidos permanece. Enquanto cerca de 70% dos americanos armados relatam se sentirem mais seguros, os dados mostram que armas de fogo são a principal causa de morte entre crianças e adolescentes no país, superando acidentes de trânsito, doenças e overdoses.
Kennesaw se tornou um exemplo curioso no debate sobre posse de armas, dividindo opiniões sobre segurança pública e os riscos associados ao armamento da população.