Polícia prende 12 suspeitos de simular empresas de renegociação de dívidas para fazer empréstimos em nome de mais de 100 idosos no Paraná

 A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu, nesta quinta-feira (7), 12 suspeitos de simular empresas de renegociação de dívidas para fazer empréstimos em nome de mais de 100 idosos no Paraná.

Para evitar desconfiança das vítimas, eles tinham escritórios e serviço de atendimento ao cliente, segundo o delegado que investiga o caso, Emmanoel David.

"Os criminosos alugavam espaços e se passavam por empresas de refinanciamento de empréstimos, mirando principalmente pessoas idosas que buscavam renegociar dívidas", explica.

Com as informações da vítimas, a organização criminosa abria contas em nome dos idosos e realizava novos empréstimos fraudulentos, segundo a polícia.

Um dos aposentados relata que fez um seguro de vida por um banco e, três dias depois, recebeu uma ligação dos suspeitos, que fingiram fazer parte da empresa e insistiram para que a apólice fosse entregue em mãos.

"Em algum momento, eu desconfiei, mas concordei que eles fossem lá entregar para ver o que era. Era o mesmo seguro, o mesmo nome, o mesmo banco que eu recebo. No dia seguinte, duas moças foram me entregar e realmente estavam com um documento. Na hora que eu percebi, era um documento falso", disse.

Outra vítima afirma ter passado pela mesma situação e diz que os suspeitos pediram uma foto dele para comprovar aos patrões que haviam entregado os documentos.

Após a ação da quadrilha, os idosos receberam ligações de agências de crédito para confirmar se autorizavam empréstimos consignados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em nome deles. Ao perceber que se tratava de um golpe, eles negaram a autorização.

De acordo com o delegado, os criminosos precisam da biometria facial da vítima para acessar os bancos virtuais e aprovar os empréstimos.

"Eles usam técnicas de engenharia social, ou seja, técnicas para enganar as vítimas e conseguir essa foto", declara.

A polícia cumpriu 60 mandados judiciais em Curitiba, Almirante Tamandaré, Araucária e Colombo. Nas residências, foram encontrados celulares e computadores, que serão analisados pela perícia, de acordo com o delegado.

O delegado reforça que os presos foram interrogados e devem responder pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos, associação criminosa e crimes virtuais. Juntas, as penas podem passar dos oito anos de prisão.

Seis pessoas da quadrilha foram presas pelo mesmo crime em 2023

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) afirma que uma operação foi realizada em dezembro de 2023, na qual seis membros do grupo foram presos em flagrante.

Eles estavam dentro de um coworking, em Curitiba, local onde aplicavam os golpes, segundo a polícia. Na época, foram apreendidos vários documentos pertencentes a idosos vítimas da quadrilha.

O delegado Emmanoel David, responsável pela investigação, diz que estes mesmos criminosos presos no ano passado continuaram a fazer vítimas.

“Os mesmos presos em flagrante voltaram a cometer o crime em parceria com novos envolvidos”, disse.

Segundo a polícia, as investigações continuam para identificar outros suspeitos e avaliar o impacto financeiro total das fraudes.


Via g1

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