Nesta terça-feira (19), a Polícia Federal deflagrou a Operação Contragolpe, que visa desarticular uma organização criminosa suspeita de planejar um golpe de Estado em 2022. O grupo teria como objetivo impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e assassinar autoridades, como o próprio Lula, seu vice Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Entre os alvos da operação estão militares da ativa e da reserva, conhecidos como “kids pretos”, além de um policial federal. Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão, e 15 medidas cautelares diversas da prisão, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
Um dos principais envolvidos é o general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Jair Bolsonaro e atual assessor do deputado federal Eduardo Pazuello. Outros militares presos são o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira. Também foi detido o policial federal Wladimir Matos Soares.
Segundo a Polícia Federal, o grupo elaborou um plano operacional chamado “Punhal Verde e Amarelo”, utilizando alto nível de conhecimento técnico-militar para planejar as ações. As investigações apontam que as atividades ocorreram entre novembro e dezembro de 2022.
As ações foram realizadas no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal, com o acompanhamento do Exército Brasileiro. A operação revela um planejamento sofisticado e coordenado, com a participação majoritária de militares com formação em Forças Especiais (FE).
As investigações continuam, e as autoridades trabalham para esclarecer o alcance das atividades e os possíveis desdobramentos.