Caso Ísis: Polícia Civil retoma buscas por jovem desaparecida



A Polícia Civil do Paraná (PCPR), em conjunto com outras forças de segurança estaduais, está realizando buscas pelo corpo da adolescente Isis Victoria Mizerski, nesta terça-feira (5) em uma zona rural de Tibagi. A ação foi motivada pela conclusão de um laudo pericial que atestou a presença de um tipo de solo específico no carro do homem que foi indiciado pelo homicídio da jovem. 

A força-tarefa conta com o efetivo de policiais civis, policiais militares, bombeiros militares, além de três cães farejadores e seus condutores do Grupo de Operações de Socorro Tático do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR).

A ação se estenderá até a quinta-feira (7) em uma extensa área, sendo que as zonas prioritárias de buscas somam 15 hectares.

O caso

De acordo com o delegado Matheus Campos Duarte, Isis e Marcos tiveram relações sexuais entre abril e maio de 2024 e a adolescente engravidou do vigilante.

Semanas depois, ela começou a desconfiar da gestação e no dia 3 de junho contou para Marcos das próprias suspeitas, afirma o delegado. As investigações apontam que ele pediu que ela fizesse um teste, que confirmou a gravidez.

O delegado afirma que os dois saíram para se encontrar no dia 6 de junho - e desde então, Isis não foi mais vista.

As investigações reuniram imagens de câmeras de segurança que mostram Marcos em uma farmácia dois dias antes do sumiço. Três testemunhas afirmaram, em depoimento, que ele as procurou para tentar comprar remédios abortivos.

Vídeos e registros da localização do celular de Marcos na noite do desaparecimento e nos dias seguintes também contribuíram para aumentar as suspeitas de crimes.

Processo na Justiça

Quando a Polícia Civil anunciou o indiciamento do homem, o delegado Matheus Campos Duarte comparou o caso de Isis ao de Eliza Samudio. Ela desapareceu em 2010 e nunca teve o corpo encontrado. Apesar disso, acusados de envolvimento no crime foram condenados - incluindo o ex-goleiro Bruno Fernandes.

Marcos Vagner de Souza virou réu na Justiça por três crimes, todos no âmbito da violência doméstica: homicídio triplamente qualificado (por feminicídio, dissimulação e motivo torpe); ocultação de cadáver; aborto provocado sem o consentimento da vítima.

No final de outubro, a Justiça começou as audiências de instrução e julgamento do caso para definir se Marcos vai a júri popular, ou não. A intenção era ouvir 18 testemunhas, mas devido à ausência de testemunhas de defesa as audiências foram suspensas e não têm data prevista para retorno.

Desde o início das investigações, a defesa de Marcos nega que ele tenha envolvimento em algum crime relacionado ao desaparecimento de Isis.

A Polícia Civil destaca que quem tiver informações sobre vestígios do paradeiro da adolescente pode fazer denúncias anônimas através dos telefones 197, da corporação, ou 181, do Disque-Denúncia.

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