Conheça 7 doenças que podem ser confundidas com ansiedade



Nos últimos anos, principalmente depois da pandemia de Covid-19, a população passou a se preocupar mais com a saúde mental. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de pessoas com ansiedade generalizada, por exemplo, aumentou mais de 200% na rede pública desde o ano anterior à pandemia.

De olho no que acontece dentro da própria cabeça, fica cada vez mais claro que a ansiedade tem sintomas físicos e que precisam ser tratados. Porém, os sinais podem, muitas vezes, ser confundidos com os de outras doenças que devem ser atendidas com urgência.

O clínico geral Natan Chehter, do Hospital Estadual Mário Covas, em São Paulo, reforça que é imprescindível descartar outras condições antes de concluir que se trata de ansiedade. “Por exemplo, um paciente com dor no peito deve ser investigado para um possível infarto e essa hipótese precisa ser excluída antes de associar os sintomas à ansiedade”, diz.

De acordo com o médico, os “sintomas ansiosos” podem se confundir com doenças como gastrite, infarto, acidente vascular cerebral (AVC), crise de asma e até piorar quadros de diarreia, tontura ou palpitação. Outras condições, são:

Hipertireoidismo: provoca aumento dos batimentos cardíacos, sudorese e inquietação.

Doenças cardíacas: certas arritmias e palpitações podem gerar falta de ar e desconforto.

Síndrome do intestino irritável (SII): gera desconforto abdominal e alterações no trânsito intestinal, frequentemente associadas ao estresse.

O clínico geral reforça que o cuidado médico deve ser abrangente, investigando as várias possibilidades e garantindo que nenhuma condição física grave seja negligenciada.

“Identificar corretamente essas doenças é essencial para que o paciente receba o tratamento mais adequado e para evitar que problemas urgentes sejam confundidos com ansiedade. Por isso, o processo de exclusão é o caminho mais seguro para garantir um diagnóstico preciso”, diz.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, e registrou ainda mais casos da condição durante a pandemia da Covid-19. Além de adultos, a ansiedade também pode se manifestar em crianças por diversos motivos, como divórcio dos pais, provas ou problemas na escola, por exemplo

 Apesar de ser considerada relativamente comum, uma vez que pode atingir qualquer pessoa por qualquer motivo, a ansiedade se torna um verdadeiro problema quando tudo vira motivo de preocupação exagerada e o paciente passa a apresentar crises

 A crise de ansiedade é uma situação que causa grande sensação de angústia, nervosismo e insegurança, como se algo de muito mau, e que foge completamente do controle, fosse acontecer a qualquer momento 

A crise surge, normalmente, devido a situações estressantes específicas e que geram gatilho, como precisar fazer uma apresentação, ter prazo curto para entregar um trabalho, estar em algum lugar que não gostaria ou ter sofrido uma perda, por exemplo

Entre os sintomas de uma crise de ansiedade estão: batimentos cardíacos acelerados, sensação de falta de ar, formigamento no corpo, sensação de leveza na cabeça, dor no peito, náuseas, transpiração excessiva, tremores, entre outros

Como tratar a ansiedade

A ansiedade é uma reação natural do corpo a situações de estresse e perigo, ativando respostas físicas e mentais como aumento da frequência cardíaca, respiração acelerada e tensão muscular. No entanto, quando esses sintomas se tornam contínuos e intensos, podem indicar um transtorno de ansiedade.

A psicóloga Luciana Oliveira afirma que o tratamento da ansiedade pode variar conforme a gravidade e as necessidades individuais do paciente. “A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes, pois ajuda o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que alimentam a ansiedade”, esclarece.

Em casos mais graves, o tratamento pode incluir o uso de medicação. “Dependendo da situação, o psiquiatra pode prescrever ansiolíticos ou antidepressivos para ajudar a controlar os sintomas”, comenta a psicóloga. Ela reforça que o acompanhamento médico é essencial nesses casos, pois a medicação deve ser ajustada conforme a evolução do paciente.

Além disso, Luciana destaca a importância de práticas de autocuidado para complementar o tratamento. “Exercícios físicos, técnicas de respiração e mindfulness são ferramentas poderosas para ajudar a controlar a ansiedade no dia a dia”, explica.

Esses hábitos não apenas contribuem para a redução dos sintomas, mas também promovem uma melhora significativa na qualidade de vida. “Cada tratamento é personalizado, focado em oferecer alívio e bem-estar para o paciente”, finaliza a psicóloga.

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