Estudo sobre emprego mostra que Oeste cresce uma Rondon por ano



A região Oeste do Paraná cresce o equivalente ao número de carteiras assinadas em Marechal Cândido Rondon, um dos municípios que mais recolocam pessoas no mercado, todos os anos. São mais de 17 mil novos postos formais a cada 12 meses e isso ajuda a explicar a pujança dessa porção do território brasileiro, disse na manhã desta quinta-feira, 27, durante apresentação da Câmara Técnica de Empregabilidade  do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento), na reunião semanal do Iguassu Valley, na AcicLabs, Sergio Antônio Marcucci.

O estudo da Câmara de Empregabilidade considerou números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) dos 54 municípios da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) no período de 2020 a 2023. Na apresentação desta quinta, Sergio apresentou e analisou os indicadores do ano passado. Os números de 2023 eram os seguintes: 394 mil empregos em estoque, 234 mil admissões, 222 mil desligamentos e 12 mil de saldo.

De 2021 a 2023, foram acumuladas 52 mil vagas de saldo, crescimento superior a 15% ao ano. Do total de empregados, 35% estavam em empresas do ramo de serviços, 29% de indústria e 25% de comércio. Sergio apresentou dados do Seguro Desemprego e Bolsa Família. Em três anos, o primeiro subiu de 49 mil por 53 mil. A Bolsa Família, por sua vez, alcançava, no fim de 2023, 74,3 mil famílias no Oeste, ou seja: 203 mil pessoas. Juntos, eles injetam cerca de R$ 100 milhões por mês na economia regional, ou mais de R$ 1 bilhão por ano.

Cinquenta e um por cento das pessoas com carteira assinada são mulheres e 49%, homens. Mais de 65% são pardos, 22,6% brancos e 11,6% negros. A maioria, 37,7%, tem o ensino fundamental completo e 19,2%, o médio incompleto. Um dado considerado dos mais interessantes, segundo Sergio, é que 39,6% não têm filhos. O estudo indicou que 28% das pessoas que pediram demissão ou foram demitidas esperam, no máximo, 30 dias para ser recolocadas. Setenta por cento não ficam desempregados por mais de três meses.

Renda

A análise dos números do Caged apontou também que, no Oeste, 75% dos trabalhadores ganham até um salário mínimo e meio por mês. O estudo foi complementado com entrevistas junto à força de trabalho regional. Uma das perguntas feitas aos colaboradores foi sobre o salário e 61,8% disseram que estão contentes com o que recebem. Do total, 37,3% pediram demissão e 29% foram demitidos da última empresa em que atuaram.

Os principais motivos dos desligamentos foram: 25,5% razões pessoais, 11,5% remuneração baixa, 11,3% redução do quadro de colaboradores e 10,6% ambiente de trabalho.  O que mais atrai na busca por uma nova oportunidade: 27,9% salário e 24% benefícios. Agora, a Câmara de Empregabilidade do POD faz um trabalho junto às empresas para que, a partir das respostas a um questionário cuidadosamente elaborado, tenha-se o perfil detalhado dos geradores de empregos. “Precisamos entender essa questão a fundo, porque temos 12 mil vagas que não são preenchidas na região. Devemos agir para evitar um apagão de mão de obra”, conforme Sergio

Equilíbrio

A psicóloga Andréia Altran informou, durante a mesma reunião, que 51% do mercado de trabalho é formado por pessoas das gerações Y e Z e que, em 2030, eles serão 70%. Andréia comentou sobre o fenômeno que coloca cinco gerações no mesmo ambiente de trabalho e do desafio de fazer com que todos atuem em sintonia. “Precisamos entender os jovens, que têm expectativas diferentes dos mais velhos, porque isso será fundamental para sustentar a permanência e o sucesso das empresas”. Segundo Andréia, entender as características de cada geração e se adaptar a elas por meio do equilíbrio é a questão central desse debate.


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