1º Retiro de Reconciliação, Cura e Libertação com custodiadas é realizado na Cadeia Pública de Goioerê



 Neste domingo (5), a Polícia Penal do Paraná (PPPR), através da Cadeia Pública de Goioerê, em parceria com a Pastoral Carcerária e a comunidade assistencial Cristma, que atua com dependentes químicos no Paraná, realizou o 1ª Retiro de Reconciliação, Cura e Libertação com mulheres custodiadas na unidade penal. Trata-se de um evento espiritual organizado dentro do contexto cristão, com o objetivo de proporcionar um ambiente de cura espiritual e emocional para os participantes. O objetivo é ajudar as pessoas a superarem traumas passados, lidarem com problemas emocionais ou espirituais, e buscarem a reconciliação consigo mesmas, com os outros e com Deus.

Através de um protocolo de segurança e de um estudo de viabilidade das condições de espaço e segurança, a gestão da unidade desenvolveu o evento, que contou também com o apoio do Setor de Operações Táticas (SOT), da Polícia Penal.

Das 72 mulheres privadas de liberdade, custodiadas na Cadeia Pública de Goioerê, 39 estavam aptas a participar do evento, pois possuem perfil apropriado de comportamento, contam com autorização judicial para trabalho externo, foram aprovadas por uma Comissão Técnica de Classificação e já estão inseridas em canteiros de trabalho. Durante o retiro, elas puderam se envolver em várias atividades, como oração, palestras, grupos de discussão e rituais de cura. Eles foram encorajados a refletir sobre suas vidas, enfrentar seus desafios e buscar o perdão e a cura interior.

“As entidades religiosas desempenham um papel muito importante nas unidades penais, que é o fortalecimento espiritual das pessoas que estão passando por um período de isolamento social. Esta ação ocorrida na Cadeia Pública de Goioerê, por ser uma unidade destinado ao público feminino, é ainda mais importante”, destaca o diretor da regional administrativa da PPPR em Umuarama, Arnobe Reis.

“Presenciamos momentos de renovação de fé e reconciliação com o passado muito importantes. Foi tudo muito lindo, nunca vi nada igual. Nós já tínhamos uma parceria com o Cristma há cerca de dois meses e o trabalho foi ficando cada vez mais interessante, até fecharmos a organização deste retiro”, afirma a gestora da Cadeia Pública de Goioerê, Janaína Montenegro.

A parte da “libertação” muitas vezes se refere à ideia de libertar-se de padrões de pensamentos negativos, vícios, mágoas passadas ou influências espirituais indesejadas. Isso pode incluir práticas de oração específicas ou rituais destinados a ajudar os participantes a se libertarem de qualquer coisa que esteja impedindo seu crescimento espiritual e emocional.

Esses retiros são projetados para serem ambientes acolhedores e seguros, onde os participantes possam compartilhar suas experiências, receber apoio de outras pessoas que estão passando por situações semelhantes e se reconectar com sua fé de uma maneira significativa.

“Participar de um retiro como este, dentro de uma unidade prisional, foi um momento de muita alegria, pois buscamos uma mensagem para pessoas que erraram e cometeram delitos. É necessário que se abra uma porta para que essas pessoas possam mudar de vida, desde que elas queiram. Para nós do Cristma foi, também, um momento de muito aprendizado e de libertação. Já tive dependência em álcool, drogas e cigarro, já tive comportamento destrutivo comigo mesmo e com minha família, mas através de um retiro de cura e libertação há 12 anos consegui abrir meus olhos, ficar limpo, me libertar dos vícios, me recuperar e me tornar um cidadão produtivo para a sociedade. Essas pessoas que hoje se encontram custodiadas no sistema prisional precisam entender que dá para mudar e seguir um novo caminho”, finaliza o coordenador do Cristma, Fabiano Barbosa.

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