Imagens gravadas pela Polícia Civil mostraram o momento exato da prisão do médico João Batista do Couto Neto, na tarde desta quinta-feira (14), em Caçapava, no interior de São Paulo. Ele foi preso enquanto realizava atendimento no Hospital Fusam.
O médico é suspeito de causar a morte de pelo menos 42 pacientes, além de lesões em outros 114 em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
No fim do mês passado, o médico teve a prisão preventiva decretada após ser indiciado pela Polícia Civil por homicídio doloso em três inquéritos.
Em fevereiro deste ano, João Couto se registrou no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Na ocasião, o Cremesp confirmou estar ciente de que o médico enfrentava uma suspensão em sua licença, mas que era "obrigado a efetuar o registro do médico" por se tratar de uma restrição parcial.
O advogado do médico, Brunno de Lia Pires, informou que a prisão é "absurda e imotivada" e que vai entrar com pedido de habeas corpus.
"Com surpresa a defesa recebeu a notícia da decretação da prisão preventiva do médico João Couto Neto. A decisão não se reveste de qualquer fundamento fático ou jurídico e constitui clara antecipação de pena, com a finalidade de coagir e constranger o médico. Impetraremos ordem de habeas corpus o mais breve possivel para fazer cessar a absurda e imotivada prisão", disse o advogado Pires na nota.
O caso
Couto é suspeito de ter causado a morte de 42 pacientes devido a procedimentos cirúrgicos e provocado lesões em outros 114.
Pacientes e pessoas que trabalharam com ele relataram excesso de cirurgias por dia, procedimentos desnecessários e até diagnóstico de câncer raro falso.
O médico foi alvo de uma operação policial em dezembro do ano passado, ocasião em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão no hospital em que atuava, localizado em Novo Hamburgo, bem como no apartamento em que vivia na cidade.
Na época, havia suspeita de envolvimento dele na morte de cinco pacientes e ainda por ter causado sequelas em outros nove. Documentos, celulares e equipamentos de informática foram apreendidos.
Fonte: G1.