Com cadeias superlotadas, presos de Londrina são transferidos para Foz do Iguaçu

A superlotação em unidades prisionais de Londrina, norte do Paraná, fez com que a Polícia Penal transferisse presos para cadeias de Foz do Iguaçu, no oeste do estado, a única região em que o número de vagas é maior do que o de detentos.

As transferências de 70 presos foram solicitadas por meio de ofício assinado pelo coordenador regional da Polícia Penal de Londrina, Elcio Martins Basdão. A regional tem a maior superlotação do estado, com 1.890 presos acima do total de vagas disponíveis.

Segundo informações, 35 foram encaminhados para Foz do Iguaçu no final de novembro, e o restante seria transferido no começo de dezembro.

No ofício, que foi obtido pelo g1, o coordenador justifica a necessidade de remanejar os detentos pela "situação de completa escassez" de vagas na regional de Londrina.

Basdão argumenta que "o atual cenário de superlotação pode comprometer o tratamento penal no que se refere a oferecer condições para uma harmônica reintegração social do condenado".

O que diz a Polícia Penal

Em nota, a Polícia Penal informou que os presos foram removidos para Foz porque a cidade "foi agraciada com a inauguração de duas unidades penais no último ano".

Segundo a pasta, transferências entre as regionais "são corriqueiras".

Questionados se haverá novas remoções, mas a Polícia Penal disse que, "por questões de segurança", está impossibilitada em divulgar os possíveis remanejamentos.

Presídios superlotados no Paraná

Dados da Polícia Penal mostram que a superlotação carcerária no Paraná dobrou em três anos, com 7.336 presos a mais do que o sistema consegue suportar.

Entre 2021 e 2023, a quantidade de presos subiu, até o dia 12 de dezembro, de 27.021 para 35.834. Enquanto isso, o número de vagas aumentou de 23.380 para 28.454.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou, em nota, que a construção de pelo menos três unidades em Ribeirão do Pinhal, Umuarama e Laranjeiras do Sul deve gerar mais de 2,3 mil vagas nos próximos dois anos.


Fonte: G1.

Postagem Anterior Próxima Postagem