A morte de Valdecir Ferreira da Silva, de 38 anos, em confronto com a Polícia Militar no bairro Tatuquara, em Curitiba, provocou um intenso debate político durante a sessão da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta terça-feira (21).
Valdecir, que era suspeito de abusar da enteada, foi morto em troca de tiros com equipes do BPChoque na última sexta-feira (17). Ele havia trabalhado como assessor da Liderança da Oposição na Alep e foi exonerado em julho de 2024.
Durante a sessão, os deputados Tito Lívio Barichello e Ricardo Arruda associaram o caso ao Partido dos Trabalhadores (PT), uma vez que a indicação de Valdecir ao cargo havia sido feita pelo deputado Renato Freitas (PT). O salário do ex-assessor era de R$ 11.990,90.
Barichello afirmou que o fato é “inaceitável” e criticou a nomeação.
“Um estuprador andando pelos corredores desta Assembleia Legislativa. Ele estava no gabinete do deputado Renato Freitas. Nós, poder público, pagávamos este estuprador, um bandido que tombou com o BPChoque com uma pistola e três carregadores”, disse o parlamentar.
O deputado Ricardo Arruda também criticou a escolha, alegando que o ex-servidor já havia sido preso em Santa Catarina em 2023, durante um caso de tentativa de feminicídio envolvendo um colega.
Em resposta, Renato Freitas afirmou que exonerou o assessor imediatamente após receber a denúncia de abuso.
“Ele trabalhou por aproximadamente um ano, apresentou certidões negativas e tinha atuação comunitária. Assim que chegou a informação da suspeita, nós o demitimos e prestamos apoio à família da vítima. Não temos como prever as ações futuras dos nossos ex-assessores”, declarou.
O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD) também se manifestou, reforçando que não havia antecedentes criminais registrados contra Valdecir no momento da contratação.
“Em todas as certidões do Valdecir nada constava, tanto na esfera cível quanto criminal. É um tema complexo, e não há como prever condutas ilícitas futuras das pessoas”, afirmou.
