O Ministério Público do Paraná denunciou nesta sexta-feira (03) o padre afastado Genivaldo dos Santos, de 42 anos, pela prática de 21 crimes contra 13 vítimas, com idades entre 12 e 48 anos na época dos faltos.
Conforme a denúncia, dentre os crimes imputados ao padre afastado estão oito estupros de vulnerável, cinco importunações sexuais, dois casos de violação sexual mediante fraude (um consumado e outro tentado), cinco de tráfico de drogas (nas modalidades ministrar/induzir e vender) e um de entrega de substância nociva à saúde com fim medicinal.
Além disto, a promotora Andrea Frias ressaltou em entrevista coletiva na tarde de hoje que além da condenação penal foi requerido o pagamento de indenizações às vítimas, que variam entre R$ 20 mil e R$ 150 mil por danos materiais e morais. O Ministério Público também pediu a manutenção da prisão preventiva do denunciado, sustentando risco à ordem pública e à instrução criminal.
Dom Mauro
Ainda segundo a promotora, durante as oitivas da operação Lobo em Pele de Cordeiro, surgiram ainda denúncias contra o arcebispo Dom Mauro, mas o procedimento criminal foi encerrado porque ele já é falecido. Porém, na esfera cível é passível de condenação.
Transferência e novos desdobramentos
O Ministério Público também solicitou apuração sobre a transferência do padre para o Complexo Médico Penal (CMP), em Curitiba, ocorrida em 15 de setembro, sem comunicação prévia às autoridades policiais ou judiciais. Atualmente, ele segue recolhido na unidade.
Outros requerimentos foram feitos para dar continuidade às investigações: à 15ª SDP de Cascavel, para apurar suspeitas de charlatanismo e exercício irregular da medicina; ao Nucria de Cascavel, para investigar um caso em um seminário; à Delegacia de Campo Mourão, para apuração de crimes sexuais ainda sem autoria definida.
Reparação civil
O Ministério Público também quer que os autos sejam encaminhados à 12ª Promotoria de Justiça de Cascavel, responsável por Garantias Constitucionais, para buscar reparação civil por danos individuais e coletivos. Segundo o órgão, as condutas do padre afastado e de outro religioso já falecido violaram direitos fundamentais, explorando vulnerabilidades como fé, religiosidade, dependência química e condições socioeconômicas.
Além disso, há indícios de uso indevido de doações e bens paroquiais para fins pessoais, o que também será apurado pela Arquidiocese de Cascavel.
O Ministério Público aguarda agora o recebimento da denúncia pela Justiça e o deferimento dos pedidos apresentados.