O nome de Carlos Henrique Buscariollo, mais conhecido pelo apelido de ‘Mamute’, voltou a aparecer no meio policial recentemente, na região Noroeste do Paraná. Filho de Antonio Buscariollo – foragido por envolvimento no desaparecimento de quatro homens encontrados mortos – ele já tem antecedentes de violência.
Em 2020, foi acusado de atirar contra a própria companheira em Icaraíma, em um caso que somou graves ocorrências: lesão corporal, violência doméstica, disparo de arma de fogo e porte de drogas.
De acordo com informações do boletim, a Polícia Militar foi acionada por profissionais da saúde após uma mulher dar entrada em uma unidade de pronto atendimento com ferimento de arma de fogo no rosto. Mesmo debilitada, a vítima relatou que havia discutido com ‘Mamute’ em sua residência, momento em que ele efetuou o disparo.
A equipe policial seguiu até a propriedade do suspeito, localizada na zona rural, onde encontrou familiares cuidando dos filhos do casal. Durante a vistoria, foram localizadas marcas de sangue na varanda e cápsulas deflagradas de munição calibre 9 mm. Dentro da casa, em uma mochila, os militares encontraram cartuchos de diversos calibres e pequena quantidade de maconha. A arma utilizada não foi localizada, levantando a suspeita de que ‘Mamute’ tenha fugido levando consigo o armamento. Apesar das buscas realizadas, a mata próxima à residência dificultou a captura do suspeito.
A vítima precisou ser transferida para atendimento hospitalar em Umuarama e, devido ao estado de saúde, não pôde fornecer mais detalhes na ocasião. O caso foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Icaraíma para investigação. Ao consultar os antecedentes do acusado, os policiais constataram que contra ele já havia mandado de prisão em aberto.
Histórico de violência
O apelido ‘Mamute’ já circulava nos bastidores policiais antes mesmo desse episódio. Em 2018, um ofício encaminhado pelo Ministério Público à Polícia Civil, com base em denúncias, apontava o envolvimento dele em diversos homicídios ocorridos em Icaraíma e região.
De acordo com o documento, Mamute era citado como executor de assassinatos e suspeito de ter participado do homicídio de um jovem em Herculândia, distrito de Ivaté, ocorrido em 2016. A vítima, de 18 anos, foi morta com vários disparos de arma de fogo. Além desse caso, ele também era tido como autor de outros crimes violentos, o que reforçava sua reputação de periculosidade.
Repercussão
Os episódios envolvendo ‘Mamute’ chamam atenção pela reincidência e pela gravidade das acusações. De um lado, há registros de violência doméstica e tentativa de feminicídio; de outro, denúncias que o ligam a execuções na região. A combinação de antecedentes criminais e a existência de mandado de prisão em aberto evidenciam a trajetória de um personagem temido localmente, associado a práticas violentas.
As investigações sobre esses casos seguem sob responsabilidade da Polícia Civil e do Ministério Público, mas até hoje pairam dúvidas sobre a real extensão das ações atribuídas a ele. O que se sabe é que, para as autoridades, ele representa risco à segurança pública e carrega consigo um histórico de violência que o coloca sob constante vigilância policial.
Desaparecidos
‘Mamute’ não foi citado pela polícia em momento algum durante o período de investigações sobre o caso da morte de Robishley Hirnani De Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza. Mas vivia na mesma comunidade que o pai, Antonio Buscariollo, e o irmão, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, lembrando que os dois são considerados foragidos.
A fuga
Depois que esposas de dois dos quatro desaparecidos registraram a queixa relatando o sumiço dos maridos, a Polícia Civil deu início à investigação e chegou ao Pesqueiro Buscariollo, no distrito de Vila Rica do Ivaí.
Lá estavam Antonio e o filho Paulo Ricardo. Eles foram levados à delegacia, onde apenas prestaram esclarecimentos, dizendo que não sabiam do desaparecimento, apesar de terem tido contato com eles antes do registro da queixa.
Até aquele momento, a polícia ainda não possuía indícios que pudessem ligar os Buscariollo ao caso, mas, no dia seguinte, quando surgiu uma pista, os investigadores retornaram à propriedade. Ninguém mais estava por lá.
O interessante é que não apenas pai e filho se evadiram, mas levaram consigo a família inteira. Até ‘Mamute’ chegou a ser procurado e também não foi encontrado.
As ordens de prisão foram expedidas apenas contra Antonio e Paulo Ricardo, mas o delegado-chefe da 7ª Subdivisão Policial (SDP) de Umuarama – responsável pela investigação – já revelou que outras pessoas podem estar envolvidas no crime.
Via Portal Umuarama News