Desaparecidos em Icaraíma: o que se sabe e o que falta saber


 Quarenta dias após o desaparecimento de quatro homens que foram cobrar uma dívida em Icaraíma (PR), a investigação ganha contornos de uma complexa força-tarefa, desvendando novas e cruciais evidências que reforçam a suspeita de homicídios. No entanto, o principal mistério persiste: o paradeiro de Rafael Juliano Marascalche, Diego Henrique Afonso, Robishley Hirnani de Oliveira e o produtor rural Alencar Gonçalves de Souza, cujos corpos ainda não foram localizados.

O que se sabe:

Os quatro homens desapareceram em 5 de agosto de 2025, após saírem para cobrar uma dívida de R$ 255 mil. Foram vistos pela última vez em uma panificadora em Icaraíma, e o último contato com as famílias, na manhã do desaparecimento, indicava que "estava tudo bem". O boletim de ocorrência foi registrado na mesma noite, e as buscas tiveram início no dia seguinte.

A investigação teve um ponto de virada crucial com a localização da caminhonete Fiat Toro branca usada pelas vítimas. O veículo foi encontrado na última sexta-feira, 12 de setembro, enterrado em um bunker, em uma propriedade rural de difícil acesso em Vila Rica do Ivaí, distrito de Icaraíma.

O delegado-chefe da 7ª Subdivisão Policial (SDP) de Umuarama, Gabriel Menezes, confirmou que a caminhonete apresentava "várias marcas de disparos de arma de fogo, tanto na lataria como no para-brisa, além de muitos vestígios de sangue". O veículo foi encontrado após uma carta anônima e um informante deixar uma carta em frente a casa do pai de uma das vítimas.

Novos vestígios surgiram reforçando a suspeita de homicídio ao longo do mês. No domingo (14), munições e marcas de tiros em galhos de árvores foram encontradas na propriedade rural de um dos suspeitos de assassinato. Esses indícios apontam que as vítimas foram surpreendidas e mortas por mais de uma pessoa.

A polícia também apreendeu um veículo e uma espingarda calibre 12 pertencentes à família do suspeito, além de outras estruturas subterrâneas ligadas ao crime organizado na fronteira.

Os principais suspeitos são pai e filho. Após negarem envolvimento e serem liberados inicialmente, a Justiça decretou a prisão temporária de ambos, que se tornaram foragidos.

Em 13 de setembro, um homem foi detido em flagrante por adulteração de um veículo que seria usado por um dos suspeitos de assassinato.

A busca é considerada a maior força-tarefa já mobilizada na região nos últimos anos, envolvendo Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Força Nacional.

As operações incluem equipes terrestres, aéreas e fluviais, com o uso de sonar e cães farejadores. O delegado da Polícia Civil em Icaraíma, Thiago Andrade Inácio, ressaltou o apoio da população, que tem fornecido diversas denúncias anônimas.

As famílias das vítimas também ofereceram uma recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à localização dos desaparecidos.

O que falta saber

Apesar do avanço nas investigações e da descoberta de evidências contundentes de um crime brutal, a peça mais importante do quebra-cabeça ainda está ausente: os corpos dos quatro homens desaparecidos não foram localizados.

Os principais suspeitos, Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Buscariollo, continuam foragidos. A captura deles é fundamental para esclarecer completamente o caso e, possivelmente, indicar o paradeiro das vítimas.

A investigação segue sob sigilo, mas a expectativa é que as pistas recentes e o contínuo esforço das autoridades conduzam à verdade sobre o destino dos quatro homens desaparecidos em Icaraíma.


Via TNOnline

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