Representantes da Itaipu Binacional participaram na segunda-feira (1º) de um encontro formativo para assistentes sociais dos municípios de Guaíra e Terra Roxa (PR), promovido pelo Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e realizado na Escola Estadual Indígena Arandu, em Terra Roxa. A atividade teve como foco o diálogo sobre a realidade e a cultura indígena na região Oeste.
Cerca de 30 profissionais participaram do evento, incluindo assistentes sociais da rede pública. Pela Itaipu, estiveram presentes o gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena, Paulo Porto, e os assistentes sociais Heloizy Viotto e João Ferraz. Também participou do encontro Jaqueline Abreu, assessora em Educação Antirracista da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), no projeto Opaná: Chão Indígena - iniciativa da FLD em parceria com a Itaipu.
Na avaliação de Paulo Porto, a ação permite a possibilidade de dialogar com os profissionais que estão na ponta das políticas públicas junto às populações mais vulneráveis e, neste caso, junto às comunidades Avá Guarani do Oeste do Paraná. “Para se trabalhar com esta população é necessário um arcabouço histórico e antropológico que supere todo tipo de preconceito e visão pré-estabelecida, por isso a importância de conhecer este povo, suas especificidades, beleza e riqueza cultural, para poder atuar de forma respeitosa”, disse.
Para Jaqueline Abreu, trazer a perspectiva Avá Guarani para o Serviço Social é de grande importância e também uma necessidade. “A promoção de ações de educação antirracista torna possível um atendimento mais adequado e sensível às demandas das populações indígenas”, afirmou.
A proposta será replicada ainda neste mês no município de Itaipulândia, voltada a assistentes sociais de Santa Helena, São Miguel do Iguaçu, Diamante do Oeste e Itaipulândia. A atividade, idealizada pela Comissão de Orientação e Fiscalização (COFI), surgiu a partir de demandas da própria categoria e tem como foco qualificar o atendimento às comunidades indígenas da região.
Segundo Paloma Xavier, agente fiscal do CRESS, a iniciativa busca contribuir para um atendimento mais humanizado e respeitoso. “Entender quem é o povo Guarani, compreender elementos de sua cultura, história e religiosidade é fundamental para estabelecer vínculos e estratégias de comunicação mais eficazes”, afirma. Ela destaca ainda a boa repercussão do primeiro encontro, que gerou pedidos para a realização de novas formações. “Já vislumbramos a possibilidade de ampliar as atividades, envolvendo um número ainda maior de profissionais”, conclui.