Dentista de Ponta Grossa morre em cela e família aponta falha das autoridades



A família do dentista natural de Ponta Grossa, Cézar Maurício Ferreira, de 60 anos, acusa as autoridades de Santa Catarina pela morte do homem.

Cezar foi preso no último sábado (19) após um acidente de trânsito em Florianópolis (SC). Segundo a polícia local, ele conduzia um veículo sob suspeita de embriaguez, quando colidiu na traseira de um veículo.

Conforme o advogado da família, Wilson Koner, na verdade Cézar estava sofrendo um infarto agudo no momento da abordagem — quadro que, segundo ele, teria sido confundido com sinais de embriaguez. 

“O que ele estava passando era por um infarto agudo, com os sintomas típicos, inclusive de delírios, e que podem, sim, ser confundidos com o estado de embriaguez em um primeiro momento”, disse o advogado. 

Formado em Odontologia em Ponta Grossa pela UEPG em 1987, Cezar se especializou em Dentística Restauradora e construiu uma carreira sólida, marcada pela ética e pelo compromisso com o bem-estar dos pacientes. Em 1988, transferiu-se para Florianópolis, onde também atuou como Segundo-Tenente da Marinha do Brasil e, mais recentemente, como servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC), na área da saúde.

A família denuncia que, após a prisão, Cezar não teria recebido atendimento médico adequado e permaneceu por cerca de 11 horas na cela antes de sua morte ser constatada. O acidente ocorreu na Rua Cândido Amaro Damásio, no bairro Bela Vista, em São José. 

A Polícia Civil informou que os fatos estão sendo apurados com prioridade, e que foi solicitado um relatório da Diretoria de Inteligência (DINT/PCSC). Os laudos que vão apontar a causa oficial da morte devem ser concluídos em até 15 dias.

O Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina (CRO-SC) emitiu nota de pesar, destacando o legado profissional e humano de Cezar e manifestando solidariedade à família. Ele deixa dois filhos. A família agora aguarda os resultados das investigações e cobra justiça pela morte do profissional, cuja trajetória, construída desde Ponta Grossa até a capital catarinense, foi interrompida de forma trágica e, segundo os familiares, evitável. 

Fonte: MZ Notícia

Postagem Anterior Próxima Postagem