Caminhoneiros paranaenses enfrentam frio extremo e isolamento na fronteira entre Argentina e Chile


 Cerca de 60 caminhoneiros brasileiros, entre eles diversos do Paraná, estão isolados há vários dias na região de Paso de Jama, na fronteira entre a Argentina e o Chile. A retenção foi causada por uma forte nevasca que atingiu a região na última quinta-feira (26), resultando no fechamento das rodovias locais.

Entre os motoristas está Aleandro Bianchini, morador de Matelândia (PR), que relatou as duras condições enfrentadas no local. "Estamos a mais de 4 mil metros de altitude, e o frio é intenso. Chegamos a registrar -17 °C. Muitos colegas estão tendo dificuldades para respirar e manter o caminhão funcionando", contou.

O trecho mais crítico é a Rota CH-27, que liga San Pedro de Atacama, no Chile, à fronteira com a Argentina. A estrada permanece interditada e, segundo as autoridades chilenas, a previsão é de que o bloqueio siga até pelo menos 7 de julho, por medida de segurança.

Do lado argentino, onde os caminhoneiros paranaenses estão parados, a situação é ainda mais complicada. Segundo Bianchini, não houve resgate ou auxílio efetivo até o momento. “A cada duas horas precisamos ligar o motor para evitar o congelamento do sistema. A estrutura aqui é praticamente inexistente”, desabafou.

Apesar das dificuldades, os motoristas estão tentando manter a calma. Eles improvisam refeições com os mantimentos que restam e buscam alimentos em uma vila próxima à aduana argentina. “Estamos fazendo o possível para nos manter bem. Agradecemos a Deus por estarmos vivos, mas a situação é crítica”, concluiu Aleandro.

Além do frio extremo, que chega a -12 °C durante o dia e despenca à noite, a altitude elevada agrava ainda mais as condições de saúde dos motoristas, que seguem aguardando a liberação das rodovias ou ajuda oficial para deixar o local com segurança.



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