Reuniões entre aldeias que entraram em conflito no PR não chegam a acordo, e mais de 200 indígenas seguem desabrigados

As aldeias da etnia Kaingang que brigaram entre si na cidade de Pitanga, região central do Paraná, não chegaram a um acordo e mais de 200 indígenas seguem desabrigados após terem as casas incendiadas pelo grupo rival.

O conflito aconteceu na madrugada de sábado. Pelo menos sete vítimas tiveram ferimentos graves e 60 casas foram queimadas. Relembre mais detalhes abaixo.

O vice-presidente do Conselho Estadual dos Povos Indígenas, cacique Miguel Alves, intermediou as duas reuniões que aconteceram nesta terça-feira (7). Uma delas foi feita pela manhã na aldeia Ivaí, e outra conduzida à tarde na aldeia Serrinha.

Nenhuma delas cedeu, segundo ele, o que significa que os indígenas da Ivaí não concordam que a comunidade da Serrinha continue vivendo nas terras em que estava. Por outro lado, os indígenas da Serrinha não pretendem sair do local.

Conforme o cacique, após a tentativa falha de um acordo entre as aldeias, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) está a caminho de Guarapuava, que fica a cerca de uma hora de Pitanga, para tentar conversar com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF).

A ideia é decidir os próximos passos para mediação e o destino das famílias desabrigadas, uma vez que os indígenas estão no Colégio Estadual do Campo São João da Colina, que deve iniciar o ano letivo em 5 de fevereiro.

Relembre a briga entre as aldeias

Foram 242 indígenas, entre eles 35 crianças, que precisaram ser abrigados em uma escola do campo em Pitanga, na região Central do Paraná, após o conflito entre as aldeias.

De acordo com a Polícia Militar (PM-PR), a briga aconteceu na madrugada de sábado (6). 

A RPC, afiliada da Globo no Paraná, apurou que os membros das duas aldeias viviam em uma só comunidade até o começo de 2024, mas se separaram depois que começaram a divergir sobre questões de liderança.

De acordo com a Polícia Militar (PM), o conflito de sábado começou depois que indígenas da aldeia Ivaí, da cidade de Manoel Ribas, foram de carro até o limite com a aldeia da Serrinha, em Pitanga, para cuidar de máquinas agrícolas que estavam aplicando veneno em uma lavoura.

No local, ainda segundo a PM, os indígenas de Ivaí foram espancados pelos membros da aldeia rival.

O registro da PM diz, também, que após as primeiras agressões, indígenas da aldeia Ivaí souberam da confusão e foram até o local onde começou uma briga generalizada.

Seis pessoas ficaram gravemente feridas e foram internadas em um hospital de Manoel Ribas. Outras pessoas tiveram ferimentos leves e foram socorridas por equipes da Secretaria Municipal de Saúde de Pitanga.

No conflito, os indígenas que viviam na aldeia da Serrinha tiveram as casas e veículos incendiados.

A Polícia Civil (PC-PR) segue investigando o caso.


Via g1

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