Industrialização e tecnologia no campo impulsionam a cadeia do leite no Paraná



O setor leiteiro no Paraná registrou crescimento expressivo nos últimos cinco anos, com um aumento de 18% no volume de leite industrializado, passando de 3,09 bilhões de litros em 2018 para 3,65 bilhões de litros em 2023, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse avanço elevou o estado à posição de segundo maior produtor de leite e derivados industrializados no Brasil, ultrapassando o Rio Grande do Sul e reduzindo a vantagem de Minas Gerais, líder na produção nacional.


Ronei Volpi, presidente do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite), destaca que a qualidade do produto paranaense reflete a adoção de tecnologia de ponta e uma gestão empresarial orientada pelas cooperativas.


Aumento de produtividade e expansão de indústrias


Esse progresso se deve à implementação de novas tecnologias, que ampliaram a produtividade dos produtores e atraíram grandes investimentos industriais. Com melhorias na adubação de pastagens, produção de silagem e sistemas intensivos de manejo, a produtividade média por vaca ordenhada aumentou de 10,21 litros por dia em 2017 para 15,28 litros em 2023, conforme o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).


No campo industrial, investimentos superiores a R$ 1,2 bilhão foram realizados desde 2019. A Unium, por exemplo, aplicou R$ 460 milhões em uma queijaria em Ponta Grossa e projeta uma planta de leite em pó em Castro. Já a Tirol instalou em Ipiranga uma unidade para produção de leite longa vida, e a Piracanjuba constrói uma das maiores fábricas de queijos do Brasil em São Jorge D’Oeste.


 Geração de empregos e impacto econômico


Esse movimento também se reflete na geração de empregos. Nos primeiros oito meses de 2023, o setor de laticínios no Paraná registrou 461 novas vagas, com um crescimento de 3,49% no estoque de empregos, o maior entre os estados produtores de leite do país.


O leite é atualmente a terceira maior fonte de receita agropecuária do Paraná, ficando atrás apenas da soja e do frango de corte, e movimentou R$ 11,3 bilhões em 2023. Em regiões como Castro e Carambeí, nos Campos Gerais, o leite representa até um terço do valor bruto da produção agropecuária local.


 O papel das cooperativas


O fortalecimento do setor leiteiro no Paraná também está ligado ao papel das cooperativas, que oferecem assistência técnica e promovem a comercialização justa dos produtos. De acordo com o IDR-Paraná, 54% dos produtores de leite do estado são cooperados, beneficiando-se de orientações e recursos para melhorar a eficiência e a qualidade da produção.

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