Gusttavo Lima tem avião apreendido em operação contra esquema de jogos ilegais que prendeu Deolane Bezerra; cantor diz ter vendido aeronave

 Um avião que pertence à empresa do sertanejo Gusttavo Lima foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo na manhã desta quarta-feira (4). A investigação faz parte da Operação Integration, que prendeu a empresária, advogada e influenciadora Deolane Bezerra, e foi deflagrada em conjunto com as forças policiais de Pernambuco, Paraná, Paraíba, Minas Gerais e Goiás.

O avião, prefixo PR-TEN, foi recolhido por policiais enquanto passava por uma manutenção no aeroporto de Jundiaí (SP). A ação mira uma organização criminosa que, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, movimentou R$ 3 bilhões provenientes de jogos ilegais.

A polícia não informou qual é a ligação da aeronave com o esquema, nem explicou qual a relação do cantor com a investigação.

Segundo apurado pela TV TEM, uma testemunha ligada ao hangar onde a aeronave estava disse que a Polícia Civil foi ao local e informou à empresa do aeroporto que o avião não poderia sair de lá.

Conforme a Agência Nacional de Avião Civil (Anac), a aeronave está registrada para a empresa Balada Eventos e Produções LTDA, do cantor. Ainda segundo dados da Anac, o registro do avião tem "situação normal".

Advogado disse que aeronave foi vendida

O advogado da empresa Balada Eventos e Produções, Cláudio Bessas, informou ao g1 que a aeronave foi vendida por meio de contrato de compra e venda, devidamente registrado junto ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB-Anac), para a empresa J.M.J Participações.

"Portanto, a empresa J.M.J é a proprietária e está registrada no RAB da ANAC como operadora até o deferimento do processo de transferência pelo órgão."

A Anac informou ao g1 que há uma negociação, porém, a empresa de Gusttavo Lima ainda consta como proprietária do avião.

"Conforme consta no próprio registro da aeronave, a JMJ está registrada como operadora e o gravame da aeronave está indicado como cláusula de reserva de domínio, ou seja, a vendedora ainda detém a propriedade e posse indireta do bem alienado enquanto o pagamento integral não é concluído, o comprador tendo apenas a propriedade direta", completou.

A Rede VOA, empresa responsável pelo aeroporto de Jundiaí, confirmou a presença da Polícia Civil no local "com intuito de vistoriar e apreender uma aeronave, prefixo PR-TEN, em um dos hangares do Aeroporto. A aeronave agora encontra-se impedida de operar e decolar, podendo apenas receber manutenção".

19 mandados de prisão

Conforme a polícia, estão sendo cumpridos 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão no Recife, Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba, Goiânia e em Minas Gerais. Deolane Bezerra foi presa nesta manhã em Pernambuco.

A Polícia Civil divulgou que além da apreensão do avião, um carro de luxo foi apreendido na mansão de Deolane, em um condomínio de alto padrão em Barueri, além do sequestro de bens e pedido de bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões dos investigados.

Em Campina Grande, no Agreste da Paraíba, um helicóptero também foi apreendido. Os endereços que foram alvo dos mandados e o helicóptero apreendido teriam ligação com a empresa de apostas esportivas online "Vai de Bet".

Operação contra jogos ilegais

As investigações da operação Integration começaram em abril de 2023. Conforme a Polícia Civil, a operação investiga organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais.

Em entrevista coletiva concedida no fim da manhã, a Polícia Civil de Pernambuco não explicou qual é a ligação de Deolane com o suposto esquema nem detalhou como atua a organização criminosa investigada.

O chefe da polícia, Renato Rocha, disse que a operação mira uma organização que faz lavagem de dinheiro de recursos provenientes de jogos ilegais. Ele não explicou, porém, que jogos são esses, não deu os nomes das pessoas e empresas investigadas nem detalhou como ocorre a lavagem de dinheiro.

A defesa de Deolane publicou uma nota nas redes sociais em que diz que a investigação é sigilosa e que a divulgação de detalhes específicos do processo "não só desrespeita o direito à privacidade da investigada, como também pode configurar violação de segredo de Justiça, sujeitando os responsáveis às devidas sanções legais".

"Ressaltamos que a Dr. Deolane Bezerra tem plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colaborar com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos. Além disso, informamos que o corpo jurídico da Dra. Deolane já está tomando todas as providências cabíveis para garantir o respeito ao sigilo processual e para responsabilizar aqueles que, porventura, estejam divulgando informações inverídicas ou confidenciais de forma indevida", diz a nota.

Nas redes sociais, a irmã de Deolane, Dayanne Bezerra, disse que a irmã é inocente.

"Mais uma vez, venho aqui por minha cara a bater e falar que estamos sendo perseguidas. E que vamos provar a nossa inocência, custe o que custar. Espero que não venham especular e que não me perguntem nada. O que eu tinha para dizer, está dito aqui. E se eu tiver alguma atualização, eu venho falar, porque nós não temos vergonha e nós não devemos nada", disse a irmã.


Via g1

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