O empresário paraguaio Rodrigo Alvarenga Paredes, de 36 anos, foi extraditado para o Brasil neste domingo. Suspeito de comandar uma organização criminosa que teria enviado 17 toneladas de cocaína para a Europa, movimentando cerca de R$ 3,85 bilhões, ele estava preso no país vizinho desde março do ano passado quando foi deflagrada a Operação Hinterland.
Paredes desembarcou no Aeroporto de Caxias do Sul, escoltado pela Polícia Federal, e foi encaminhado ao sistema prisional do Rio Grande do Sul. De acordo com a corporação, ele deverá ser transferido para o sistema penitenciário nacional.
O paraguaio havia sido preso em um hangar na cidade de Luque. Ele é considerado pela Secretaria Nacional de Drogas (Senad), do Paraguai, como o líder local da estrutura criminosa e responsável por adquirir drogas de países como Bolívia e Colômbia para depois remetê-las ao território brasileiro.
De acordo com a Senad, Paredes tinha empresas nas áreas financeiras e agrícola, mas na verdade seria responsável pelo tráfico de drogas e lavagem de dinheiro da organização criminosa. Após ser preso, os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de luxo do paraguaio, no bairro Los Laureles, em Assunção.
Itens de luxo apreendidos
Maços de dinheiro, carros de luxo importados, avião, pedras preciosas, adega de vinho e armas e munições estocadas em um cofre. Este são alguns dos itens apreendidos pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira durante uma operação Hinterland. Entre os carros há picapes Dodge Ram, SUVs da marca Volvo e veículos Mercedez-Benz. Os agentes da PF junto com fiscais da Receita Federal também encontraram uma adega dentro da casa de um dos investigados. Dentro de um cofre, os investigadores acharam armas e munições.
Extradição de albanês
A Polícia Federal ainda aguarda a extradição de um investigado de origem albanesa. Ele está preso em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, desde a deflagração da Operação Hinterland e é apontado como responsável pela distribuição da cocaína no continente europeu.
A operação teve apoio da Agência da União Europeia para Cooperação Policial (Europol), e da Secretaria Nacional Antidrogas e da Fiscalía (Ministério Público), ambas do Paraguai. Ao todo, foram cumpridas 534 ordens judiciais, entre mandados de prisão preventiva executados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, além de Assunção, no Paraguai e em Dubai.
Também foram sequestrados 87 bens imóveis, 173 veículos, uma aeronave, bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs, 66 bloqueios de movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas.
Via: O Globo