Presidiários de SC enviam carta com exigências: “sem mais atentados no estado”

Uma carta assinada pelos internos do Presídio Regional de Blumenau (PRB) foi enviada às emissoras locais, entidades de direitos humanos e órgãos competentes, expondo graves denúncias sobre as condições de vida dentro da unidade prisional. O documento, escrito à mão, expressa um apelo urgente por socorro e intervenção imediata para sanar as supostas irregularidades e abusos que, segundo os presidiários, estão sendo cometidos na instituição.

Os detentos relatam que a imagem de ressocialização e regeneração transmitida pela direção do presídio não corresponde à realidade vivida por eles. Eles imploram por uma visita de representantes dos direitos humanos às galerias de semiaberto, especificamente à galeria G2, onde afirmam que não há estupradores e onde a realidade seria ainda mais alarmante. Segundo os internos, essa galeria abriga mais de 240 presos, embora a capacidade máxima seja de 90 por galeria, resultando em superlotação extrema e condições desumanas.

Na carta, os presos denunciam casos de opressão e violência praticados pelos agentes penitenciários. Eles alegam serem submetidos a espancamentos, uso excessivo de gás de pimenta, tiros de balas de borracha e explosões de granadas, mesmo quando já estão imobilizados. Além disso, são mantidos sentados no chão, nus e com as mãos na cabeça por horas, sem qualquer justificativa. Eles também mencionam a falta de assistência higiênica, sendo obrigados a tomar banho com água gelada durante o inverno, em temperaturas abaixo de zero, e utilizando vasos sanitários quebrados e cortantes.

Outro ponto crítico destacado na carta é a ausência de itens básicos fornecidos pelo governo, como kits de higiene, mantas e cobertores, e roupas de inverno. De acordo com os internos, muitos dormem no chão, expostos a ratos e baratas devido à superlotação. A denúncia se estende a casos de supostas forjações de provas ilícitas contra os presos, especialmente na cela P1, onde os detentos que retornam de saídas temporárias são isolados e maltratados sem direito de defesa.

Os detentos clamam por socorro e uma intervenção urgente dos órgãos competentes, destacando que a maioria da população carcerária do estado já entendeu que o crime não compensa e que o primeiro passo para a mudança está sendo dado de forma pacífica. Eles afirmam que seu apelo é uma tentativa de recorrer pacificamente às autoridades, inclusive ao Judiciário, se necessário, para serem tratados com dignidade.

A carta conclui com um pedido de compreensão e empatia: “E quem nunca cometeu um crime, seja ele o delito mais simples, que por favor atire a primeira pedra.”


Via Jornal Razão

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