Subiu para cinco o número de mortos pelo frio apenas na cidade de Buenos Aires somente neste mês depois que um morador de rua que foi encontrado sem vida na terça a poucos quarteirões do Congresso.
“Lamentamos comunicar a morte de mais uma pessoa. Homem de aproximadamente 50 anos e sem documentação foi encontrado por policiais na Avenida Callao sem sinais visíveis de violência em seu corpo”, informou a organização social Proyecto 7.
O frio fez vítimas entre moradores de rua também nos bairros de Once, Palermo e Retiro. “Amigos no Caminho”, uma organização que ajuda moradores de rua, divulgou um comunicado relatando as mortes. “Frio e indiferença matam, é tão doloroso saber que essas mortes poderiam ter sido evitadas”, desabafou a organização em suas redes sociais.
Ante o frio extremo, diferentes organizações sociais lançaram programas de assistência de emergência: Assembleias de Moradores, Amigos en el Camino, Proyecto 7, Adolfo Pérez Esquivel, dentre outros.
Mesmo assim multiplicam-se as ações de solidariedade nos bairros com comida quente e roupas para as pessoas em vulnerabilidade no frio.
Meios de imprensa da Argentina informam sobre vítimas fatais do frio também em cidades do interior da província de Buenos Aires e em outras partes do país. Houve a confirmação que um morador de rua foi vítima do frio em Mar del Plata há mortes pelas baixas temperaturas também na Patagônia.
A Cidade de Buenos Aires teve na terça a sua menor temperatura em 14 anos e a segunda marca negativa no mês. Fez 1,5ºC negativo, menor marca desde 17/7/2010, quando a mínima foi 1,7ºC negativo. A capital argentina não anotava mínima.
No interior, a cidade de Gualeyguachú, província de Entre Ríos, com dados desde 1931, anotou recorde absoluto de mínima com -7,6ºC na terça, batendo o recorde prévio de -7,0ºC (23/6/1945 e 14/6/1967).
QUEIMADAS DESPENCAM NO PANTANAL
O avanço da forte massa de ar frio pelo interior do continente, que chegou ao Sul da Amazônia, trouxe chuva e queda de temperatura para parte da região do Pantanal, o que ajudou os brigadistas que combatem as queimadas e fez com que o número de fogo despencasse.
De acordo com dados de monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Pantanal registrou 1 foco de calor na terça, 5 na segunda e nenhum no domingo.
Em junho, os satélites usados pelo Inpe no monitoramento do bioma registraram 2639 focos de calor no Pantanal. O número equivale a 1700% a média histórica de queimadas no sexto do mês do ano, que foi 154 entre os anos de 1998 e 2023.
O recorde de junho, que até o ano passado era de 435 focos de calor, em 2005, foi superado em impressionantes seis vezes em junho de 2024. O número de focos de calor em junho de 2024 ficou 34 vezes acima de junho de 2023, que terminou com somente 77 focos de calor.
Somente o estado do Mato Grosso do Sul teve em junho 2737 focos de calor, o que representa quase dez vezes a média histórica mensal de queimadas em junho de 1998 a 2023 de 278. Antes, o pior junho de fogo tinha sido em 2005 com 557 focos, logo cinco vezes menos que em 2024.
Via Metsul