Professora da puxão de cabelo e empurra aluna com Síndrome de Down em APAE no Paraná

G1


Uma aluna da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Irati, na região central do Paraná, teve o cabelo puxado e foi empurrada pela professora Cleonice Aparecida Alessi Glinski, que atua na instituição.


A estudante, de 19 anos, tem síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de não se comunicar verbalmente. A agressão foi registrada por uma câmera de segurança da instituição.

Segundo a Apae de Irati, Cleonice foi afastada da instituição. A defesa da professora informou que ainda não foi notificada oficialmente e se manifestará oportunamente. O vídeo da agressão está sob investigação da Polícia Civil, que iniciou as diligências após a denúncia dos pais da aluna.

Conforme o delegado Rafael Rybandt, responsável pelo caso, testemunhas e funcionários da Apae foram ouvidos nesta segunda-feira (27). A professora também será ouvida nos próximos dias.

A Federação das Apaes do Paraná (Feapaes-PR) lamentou o ocorrido, classificando-o como um caso isolado. Veja as notas abaixo.

As Imagens da Agressão

 Nas imagens, a aluna é vista saindo da sala correndo. Pouco depois, Cleonice aparece, puxando a estudante pelo cabelo e fazendo-a se desequilibrar. A professora então empurra a jovem de volta para dentro da sala.

O incidente ocorreu em 15 de maio, mas só chegou ao conhecimento da família uma semana depois, através de uma denúncia anônima. Daniele Yoshitomi, mãe da jovem, declarou que a família ficou em choque ao ver as imagens.

“É uma imagem muito brutal mesmo. Quando você manda seu filho para a escola, você, no mínimo, imagina que ele vai estar seguro lá dentro. Então, a gente ainda está tentando absorver, a gente está em choque com tudo isso que aconteceu”, disse Daniele.

Daniel de Paula Yoshitomi, pai da estudante, expressou indignação com o caso, destacando que a jovem não ofereceu resistência durante a agressão.

"Nosso sentimento, além de indignação e tristeza, é de que se não tivesse havido uma denúncia anônima, nada teria acontecido."

 Investigação

Os pais da aluna denunciaram o caso à Polícia Civil em Irati na sexta-feira (24). A polícia confirmou que já ouviu os pais da vítima e que outras testemunhas serão ouvidas nos próximos dias.

O Que Diz a Apae

Em comunicado, a Apae de Irati informou que Cleonice foi afastada e que pediu o desligamento da professora à Secretaria de Estado da Educação (Seed). A Apae afirmou que está acompanhando o caso junto ao departamento jurídico e dando suporte à família da vítima.

A Feapaes-PR também lamentou o ocorrido e repudiou o ato de violência, reafirmando que o incidente foi isolado.

“Nesse momento, cabe a nós prestar o apoio aos familiares, à aluna, e à comunidade do município de Irati, e também, acompanhar de forma integral a apuração dos fatos e as ações e desdobramentos jurídicos necessários. Reafirmamos que este fato aconteceu de forma isolada, não sendo essa a conduta das 330 Apaes que hoje prezam pelo atendimento às pessoas com deficiência em nosso estado.”

O Que Diz a Seed

A Secretaria de Estado da Educação afirmou que foi informada do caso no sábado (25). A Seed solicitou informações detalhadas do ocorrido para início da apuração do caso pelo Núcleo Regional da Educação (NRE). A Secretaria destacou que a Apae é uma instituição privada com finalidade pública e que possui um termo de colaboração com a pasta.

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