Colégio particular de Curitiba afasta alunos suspeitos de ofensas racistas

Estudantes suspeitos de fazer ofensas racistas foram afastados das atividades acadêmicas pelo Colégio Positivo, em Curitiba. O grupo também é suspeito de desenhar uma suástica nazista no caderno da vítima.

O colégio particular informou em nota nesta sexta-feira (3) que a medida, conforme regimento escolar, manterá a medida até a conclusão da apuração interna.

A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) investiga uma denúncia de racismo contra um estudante da unidade Boa Vista da instituição. O jovem também denunciou apologia ao nazismo por um grupo de alunos do colégio particular.

"Informamos que estamos colaborando integralmente com as investigações da Polícia Civil, fornecendo todos os documentos e informações solicitadas", esclareceu o colégio em nota.

O Colégio Positivo reforçou ainda que repudia e não tolera no ambiente escolar qualquer ato de desrespeito, preconceito e discriminação. A escola reiterou o compromisso com a verdade, justiça e segurança da comunidade acadêmica.

O número de alunos envolvidos no caso não foi divulgado. A polícia disse que a investigação está em andamento e que, por envolver menor de idade, seguem sob segredo de justiça.

Entenda o caso

De acordo com a mãe da vítima, o caso veio à tona após uma confusão entre ele e um grupo de estudantes no corredor do colégio, que trocaram agressões no dia 24 de abril.

Segundo a mãe, ao tentar entender os motivos das agressões, ela descobriu que o filho sofria racismo no colégio.

"Os coordenadores conversaram, cada um foi pro seu canto, como se nada tivesse acontecido. À tarde, ele teve que voltar para fazer prova e quando chegou lá, já tinha sido ameaçado que iam 'pegar' ele na saída [do colégio]", contou a mãe.

O adolescente contou à família que um grupo de estudantes faz as ofensas racistas de maneira rotineira. Contou, também, que um deles desenhou uma suástica nazista no caderno dele. Nazismo foi um movimento extremista que matou seis milhões de judeus.

À polícia, seis adolescentes foram apontados como autores das ofensas racistas.

A mãe diz que o colégio foi avisado e que professores presenciaram os atos racistas.

"Meu filho sempre sofreu racismo, sempre, desde pequeno. Só que às vezes eu ia conversar no colégio com diretora, professores, que falavam que 'era brincadeira de criança' [...] Até quando a gente vai ter que sofrer com tudo isso? É muito sério, é muito grave!", disse.
'Não dá mais para aceitar'
Em um desabafo, a mãe do adolescente vítima de racismo destacou a importância da revisão das condutas impróprias desde cedo.

"As crianças crescem e o racismo cresce. Eles vão se transformar em adultos, adultos racistas. É sério, grave. Não é vitimismo. Só quem sente na pele sabe, não dá mais para aceitar", afirma.

Via G1.
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