Advogado de mulher que jogou soda cáustica em jovem no Paraná pede exame psicológico e cela especial

 O advogado Jean Campos, que atua na defesa da mulher suspeita de atacar Isabelly Aparecida Ferreira Moro com soda cáustica, disse que vai pedir à Justiça exames das condições psicológicas da cliente e a mudança de cela. A declaração foi dada em entrevista nesta terça-feira (28).

A mulher, de 22 anos, foi presa dois dias depois do crime, após ser encontrada no pátio de um hotel da cidade. 

Segundo a Polícia Civil do Paraná (PC-PR), a jovem cometeu o crime por ciúmes de Isabelly, que é ex-namorada do atual companheiro dela. A vítima está internada desde que foi atacada. A mãe, Regiane, acredita que a filha pode receber alta ainda esta semana.

A assessoria de imprensa da polícia disse que a mulher deve ser indiciada por tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil, emboscada, meio cruel e feminicídio.

O advogado afirmou nesta terça que a cadeia feminina de Santo Antônio da Platina, onde a mulher está presa preventivamente, oferece risco à vida dela por estar junto de outras detentas.

"Dentro do estabelecimento prisional, hoje ela corre risco, sim, de vida, justamente porque outras detentas estão ameaçando a integridade física dela. A defesa pede para que ela seja colocada em uma cela especial", disse.

Defesa diz que não se tratou de tentativa de feminicídio

O advogado disse que a cliente detalhou à defesa toda a ação do crime justificando que houve uma "série de humilhações e provocações" sofridas por parte da vítima.

Para Jean Campos, o crime não se tratou de uma tentativa de feminicídio, como aponta a Polícia Civil, mas, sim, de uma agressão.

"Ela jamais teve o intuito de tirar a vida desta vítima. A ideia dela era justamente causar uma lesão corporal, e é isso que a defesa combate, que tem pena de um a cinco anos, que é possível o MP oferecer uma redução da pena".

Suspeita queria dar 'susto' na vítima

Durante o interrogatório à polícia, a mulher revelou que só queria "dar um susto" na vítima. É o que afirma a delegada Carolinne dos Santos.

A delegada ainda que a presa afirmou ter jogado o líquido por ciúmes do atual companheiro, que é ex-namorado da vítima, e disse ainda que planejou o ataque. O homem já estava preso em decorrência de outro crime e ainda não foi ouvido na investigação. Assista abaixo.

"Foi premeditado. Ela afirmou saber o horário. Afirmou também que a moça [Isabelly] já a viu várias vezes em frente ao presídio. Primeiro ela disse que mudou o horário da visita para não encontrar Isabelly. Disse que comprou a soda uns 15 dias atrás", disse.

Conforme a delegada, o crime foi elucidado a partir de provas coletas na investigação, do depoimento da suspeita, além de imagens de câmera de segurança que registraram os passos da mulher.

Vítima ficou em estado grave

A soda cáustica misturada com água foi jogada no rosto e no peito de Isabelly enquanto ia para academia.

Conforme Regiane Ferreira, mãe de Isabelly, o rosto da filha está "perfeito". Inicialmente, a polícia havia divulgado a informação de que Isabelly tinha tido queimaduras na região do rosto e do peito.

Conforme último boletim do Hospital Universitário de Londrina (HU) desta terça-feira (28), a jovem continua internada na UTI sem previsão de alta.

Como foi o ataque

O ataque contra Isabelly aconteceu na quarta-feira (22), na Alameda Padre Magno, na região central de Jacarezinho.

De acordo com o delegado Tristão Borborema, a jovem estava indo para a academia por volta das 13h de quarta-feira, quando uma pessoa se aproximou, jogou o líquido na vítima e fugiu.

Um vídeo gravado por uma câmera de monitoramento mostra Isabelly correndo na rua em busca de ajuda após ser atingida pela substância.


Via g1/RPC

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