Seminário da Alfabetização promove aprendizado e troca de experiências entre profissionais da educação em Cascavel



 “A Alfabetização na idade certa é um direito de toda criança e dever de todos os envolvidos neste processo”. Com essa frase, o aluno Simão Pedro Ribeiro Viera, do 2º ano da Escola Francisco Vaz de Lima, do Interlagos, abriu o Seminário da Alfabetização, na manhã de hoje (19), no Teatro Municipal Sefrin Filho. 



A frase foi lida fluentemente pelo próprio Simão, demonstrando que, apesar de muitos desafios, com a dedicação dos profissionais envolvidos, somando-se à parceria com a família, a alfabetização na idade certa acontece, seja na escola central ou na periférica.


E por falar em alfabetização na idade certa, esse sempre foi um grande desafio para a educação, que por sinal caminha junto a um outro desafio, a redução das desigualdades. Apesar de velhos conhecidos da educação, estes dois desafios ganharam mais evidência nos últimos anos, com a passagem da pandemia, tanto que motivou no ano passado, o lançamento do Compromisso Nacional da Criança Alfabetizada, que almeja, por meio de regime de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios, a garantia do direito à alfabetização de todas as crianças do País, assegurando que 100% das crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao final do 2° ano do ensino fundamental, além da recomposição das aprendizagens, com foco na alfabetização, de 100% das crianças matriculadas nos 3°, 4° e 5° anos afetadas pela pandemia.


Em consonância com o Compromisso Nacional, Cascavel também vem trabalhando para fortalecer o processo de alfabetização e para recompor a aprendizagem dos alunos que foram afetados pela pandemia justamente quando passavam pela alfabetização. Por isso, durante toda esta terça-feira e também amanhã (20), diretores, coordenadores pedagógicos e professores, em especial os professores de turmas do 1º e 2º ano da Rede Municipal de Cascavel estão imersos na temática da alfabetização, participando do Seminário da Alfabetização - Inovações e práticas em Educação, que tem por objetivo compartilhar as práticas e trocas de experiências entre os Profissionais da Educação, inspirando os participantes a implementarem novas estratégias de ensino em suas práticas pedagógicas. Além dos profissionais da Rede Municipal, o evento conta ainda com a presença de representantes de municípios vizinhos e estudantes de pedagogia.


A primeira palestra do dia foi ministrada pela secretária municipal de Educação, Marcia Baldini, que também é presidente da Undime-PR e ainda coordenadora do grupo de Alfabetização da mesma entidade. Ela trouxe um panorama da Educação no Brasil e apresentou o planejamento e as ações de ensino do município de Cascavel para vencer diariamente estes desafios. 


A secretária ainda afirmou que por onde passa, defende a necessidade de se ter uma política própria da Educação no Brasil, considerando que o que se tem hoje são políticas de governo voltadas para a Educação, políticas estas que consequentemente sofrem por diversas mudanças a cada troca de governo. “Nós precisamos que este compromisso que hoje se desenha na política nacional brasileira, se torne uma política de estado e que ninguém venha e retire a cada vez que troca de governo”, afirmou.


Em sua palestra, a secretária falou justamente sobre Alfabetização e Redução da Desigualdades, tema que a diretora da Escola Francisco Vaz de Lima, a escola do Simão Pedro, conhece muito bem. Tatiane Marlei Elger Borguetti falou do quanto é desafiador promover a alfabetização na maior escola da Rede Municipal e talvez a mais periférica. São cerca de 880 alunos, sendo 278 destes das turmas de 1º e 2º ano. “Alguns desafios são mais relevantes do que outros e o que nós percebemos ainda é que a questão social está muito presente, com situações relacionadas à violência, drogas, situações de pobreza extrema, que algumas de nossas famílias ainda enfrentam, e isso acaba refletindo na aprendizagem das nossas crianças”. 


Segundo a diretora, os problemas enfrentados pelos alunos em decorrência da desigualdade social muitas vezes resultam em falta de atenção, de concentração, problemas emocionais e também faltas à escola.

Para enfrentar diariamente realidades como esta, o profissional que atua nas alfabetização precisa, além de preparo, ter muita sensibilidade para trabalhar com as particularidades de cada criança e fazer fluir o processo de alfabetização, afinal como disse a diretora do Departamento Pedagógico, Rosane Brandalise Correia," alfabetizar não é para qualquer um e quem está nas turmas de alfabetização, sabe o grande desafio que é trabalhar neste que é um dos períodos mais importantes da escolarização de uma criança”.


Ainda pela manhã, a coordenadora do Cetea, professora especialista, Eliana Schell Kowaleski, também falou sobre as “Possibilidades e Acolhimento do Aluno com TEA” e o período da tarde contará com a palestra “A Alfabetização Promotora do Desenvolvimento da Criança”, com a Dra. Janaina Umbelino Damasco, e a palestra “Tecendo Fios do Ensinar e Aprender: Reflexões da Alfabetização na Educação Matemática”, com a Ma. Tchierly Juliani Bier de Oliveira.


Para amanhã estão reservadas palestras sobre práticas de leitura e escrita, políticas nacionais e alfabetização, e reflexões acerca da aprendizagem no processo de alfabetização, além do momento de trocas de experiências na alfabetização. 


Durante o evento estão sendo exibidos vídeos institucionais produzidos pela Semed, com exemplos de práticas pedagógicas envolvendo a alfabetização e depoimentos de profissionais e familiares de alunos que estão nesta fase de aprendizagem.


As inscrições para o Seminário da Alfabetização devem ser feitas por meio do link www.cascavel.app/inscricoes.

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