Paralisação na Argentina: Manifestantes Protestam Contra Medidas Econômicas de Milei



Nesta quarta-feira (24), teve início a primeira paralisação geral na Argentina contra as medidas econômicas implementadas pelo governo de Javier Milei. A manifestação começou com uma caminhada em direção ao prédio do Congresso, em Buenos Aires, sob o lema "o país não está à venda". Convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) e com adesão da Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA) e setores do peronismo, a paralisação está prevista para durar 12 horas.


O governo de Milei tomou medidas econômicas, como o chamado "decretaço" - uma Medida Provisória que modifica aspectos na economia e nas leis trabalhistas. Além disso, a chamada "lei omnibus" propõe "superpoderes" para Milei e contempla a privatização de empresas estatais, entre outras questões.


A paralisação enfrentou bloqueios por parte do governo para impedir a chegada dos manifestantes ao Congresso Nacional. O líder da CGT, Héctor Daer, criticou a proibição ao direito de reunião. Por sua vez, o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, argumentou que a manifestação resulta em prejuízo financeiro para muitos argentinos.


Os bloqueios seguem o "protocolo antipiquetes", que visa evitar bloqueios de vias e permite que os manifestantes fiquem apenas nas calçadas. O governo Patricia Bullrich, em dezembro, implementou esse protocolo, que resultou em confrontos entre a polícia e manifestantes na capital argentina.


A paralisação afetou diversos setores, incluindo o transporte aéreo, com cancelamento de voos, e também a presença de trabalhadores do transporte terrestre. Comércios e bancos, mesmo com previsão inicial de não abrirem, seguiram operando normalmente na capital argentina.


A Argentina enfrenta uma grave crise econômica, com cerca de 40% da população vivendo na pobreza e uma inflação elevada. O governo Milei afirma que as medidas são necessárias para estabilizar a economia, equilibrar as contas públicas e reduzir a inflação.


Enquanto os manifestantes marcham em direção ao Congresso para pressionar os legisladores a não aprovarem as leis propostas, o governo Milei tem cedido em alguns pontos para garantir a aprovação da "lei omnibus". A CGT não promovia uma paralisação geral desde 2019, durante o governo de Mauricio Macri.


O porta-voz do governo Milei, Manuel Adorni, destacou que a população argentina é contra a paralisação e criticou a CGT, afirmando que está "do lado errado da história". O governo anunciou que descontará o pagamento dos funcionários públicos que participarem da manifestação, exceto na província de Buenos Aires, onde o governador Axel Kicillof, político peronista, afirmou que respeitará o direito de greve.

Fonte: G1

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